Entre folhas ... São raízes, são sonhos…

Se achas que tem sido um sonho,
Olhar no profundo do teu ser,
Se achas que não é realidade,
Olha no fundo da tua pele,
Se pensaste que jamais chegaria
A suceder,
Descobre a que cheira
A tua pele,
Se pensaste que não podias
Chegar a crescer,
Olha como cresceste.

Se pensar que o amor é mentira,
Diz-me o que pensas agora,
Se sonhaste comigo alguma vez,
Não interpretes os teus sonhos
Observa a realidade desse instante,
Tu que és a que bombeias
No profundo do meu querer,
Que conheces os meus gemidos de prazer,
Viste os meus olhos,
No anoitecer,
Quando eu vi os teus no amanhecer,
Consumidores de todas as vontades,
Perdi-te em Abril,
Mas chegará o Agosto
E vamos nos abraçar,
Agora já não somos
Estranhos,
Neste mar de solidões,
Somos ondas fundidas no ar,
Que no mar se cruzam,
Amando-se,
Enraizamo-nos com as algas,
O teu nome já conhece o meu amor.

Beijos
J.

Entre folhas ... Procuras e encontros ...

Vivo a vida como em sonhos,
Vivo, e não sei se sonho,
E quando acordo
Não sei se vivo,
Estou a sonhar
Ou talvez esteja a morrer.

Amanhã ficarás plena
Cairá sobre ti todo o amor
Acariciarás a tua pele,
A teu alcance os meus sentidos,
Pelas tuas carnes espalhar-se-ão
Forças que já conheces.

Tempo para contá-lo,
Olhar para captá-lo,
E a incerteza para
Um instante, porque
O tempo não existe.

Vivo a vida como em sonhos,
Vivo, e não sei se é sonho,
E quando acordo
Estou na manhã,
O sentindo.

Procuro-te ainda que não deva,
Encontras-me, procurando-te.

Beijos
J.

Entre folhas ... Amor sem causas ...

O teu efeito reside em mim
é um amar sem causas
casualidade do destino inquieto
amor que não se improvisa.

Fortemente armada
com palavras de amar escudo de versos e rimas,
partem das suas entranhas poemas
que bem parecessem meus,
e não o são,
causa efeitos de amores
ocultos,
O meu mar esta bravio,
só ela apaga a tempestade,
com um simples gesto,
ou melhor sem causas,
ao amar não se lhe põem,
do meu sangue brota, amor
que ela recolhe, funde
com o seu e silencia.
Quando deve, e com as minhas flores.

Beijos
J.

Entre folhas ... Noite cúmplice ...

Noite cúmplice,
De tudo,
Para tudo,
Em tudo,
Empapado de ti,
Estás nas minhas mãos,
Nos meus lábios,
Nos meus olhos,
Na minha língua,
No meu alento,
O teu cheiro.

Cúmplices de uma nova forma de amar,
Onde se deixam levar pelo sentir,
Sem restrições,
Sem preconceitos,
Sem pudores.

Dois corpos na entrega sentem-se,
Moldam-se,
Descobrem-se,
O beijo furtivo sendo preso,
Mas o desejo, o amor e a excitação é experiente.

Tanto desejo contido por tanto tempo,
Que ao encontro essa coragem,
Explode com um simples beijo.

Os teus beijos,
Será que existem outros melhores?
Suaves,
Ternos,
Fortes,
Poderosos,
Intensos,
A excitação nasce tão só ao roçar deles.

Exorbitante excitação
Que a minha mente abandona,
Impetuosa, visto-me dela
E deixo que me arraste a teu corpo.

Descomunal paixão que acorda
No teu olhar,
As tuas carícias,
Os teus beijos,
E o universo que explode,
E só tu e eu fomos responsáveis.

Não me vou…
Ancorada ficaste em mim.

Beijos
J.

Entre folhas ... Caçadora de sonhos ...

Caçadora de sonhos,
Copulando nos teus olhos azuis,
Deixa de doer-me o tempo.

Algum dia voltará à noite
Enquanto estivermos vivos,
Voltarão;

As perguntas de ontem.

Por que te amo?

Caçadora de sonhos,
Pergunta ao mar porque é azul,
Como os teus olhos,
Pergunta ao céu
Pergunta ao ar porque é invisível,
Pergunta aos sentimentos
O porquê dos sentidos.
Pergunta ao Sol porque aquece,
Caçadora de sonhos.

Copulando
Nos teus olhos azuis
Deixa de doer-me a vida,
Por desgraça não te tenho,
No tempo permanente
Caçadora de sonhos.

Quando não estás
Continua doendo-me,
O tempo.

Copulámos juntos
No tempo,
Que duram os sonhos.

Beijos
J.

Entre folhas ... Formas ...

Na pele fina do teu corpo,
Desenho sombras com os meus versos.
O teu corpo alonga-se fazendo
Da noite sonhos.

Como no mito da caverna
Onde se confunde o Sol com as sombras,
E não sei como se
Encontra quieto e imune compondo.

Com estes rastros, cortam-se
Os fios do silêncio, as raízes
Da noite fazem-se longas.

Devem ser as formas,
A beleza do teu corpo
Que a meus olhos nunca muda...

Beijos
J.

Entre folhas ... Pagão ...

Digo-lhe singelamente querida,
Que sou uma pessoa de sentimentos,
Porque Jesus,
Dizem…
Que morreu por nós,
E sinto-o morrer nos meus sonhos,
Debilidades e sonhos,
Quando tenho alguém intimo.

Quando queiras
Falamos de Deuses,
Quando o teu corpo
No meu esteja dentro.

Não é que seja pagão,
É que não entendo as pessoas
Que se luzem num homem,
E em nome de Deus
Em tantos templos,
Em tantas catedrais
Em tanta abundância,
De pedras,
E mistérios.

Sem saber o sentido,
Sem saber como dizem
De sentidos,
De amores e sentimentos,
Pregam em nosso nome,
O que eles dizem, não conhecem,
E dizem que é pecado
Querer assim,
Amar e fornicar,
Sem contemplações.

Por isso não creio nos homens,
Que na divina vontade
Se expressam.
Nem nos homens,
Que falam em nome
Do filho.

E creio no Deus,
Que todos levamos dentro,
Filhos de um mesmo pai.

Tenho momentos
Que prego o amor,
Desde o meu sexo.

Beijos
J.

Entre folhas ... Contornos da noite ...

Na minha noite
Desenho-te,
Percorro lentamente a tua geografia,
Contornos precisos
Do teu corpo,
Espalho no ar
Os teus sabores,
Permanecem inertes
Longas horas,
As tuas palavras
Colam-se-me
Na epiderme profunda
Da pele,
De quem amando,
Ama a pessoa
Que pronuncia,
Nesse estado permaneço
O que dura a noite,
E a noite faz-se longa,
Profundamente intensa.

Não estás ainda que te ame
E tu me sentes,
Como te sinto
Quando amanhece,
Prolongo o tempo,
Em silêncio.


Beijos
J.

Entre folhas ... Exilios momentãneos ...

A lembrança
Aquecendo-me as veias
Uma flor a ponto de abrir-se,
Nova,
Lambendo o sabor doce
Do seu néctar,
As suas carícias
Nunca são suficientes
Retorna a minha mente
Como já não ausente.

Sufocação,
Acaloramento,
Incêndio por apagar
Algo do que tem passado
Entre os nossos corpos,
No meio de um amor que geme
E chora ao mesmo tempo.

Tremo de emoção
Quando me olhas,
Nu e sem complexos,
As partes,
Mais complexas do meu corpo,
Tanto amor,
E tão completo,
Deixam o meu coração
Ao descoberto.

Entre as minhas mãos
Escondia as letras
De um poema embelecido,
Parecesse,
Mais um punhado de letras,
Desordenadas que o azul,
Descomponha,
Formando estrelas.

No céu
Corpos nus,
Em silêncio,
Amor de pássaros nocturnos,
Percorrem-me,
A evocação tem,
Cor de sangue intensa,
Que percorrem as minhas veias,
E a minha língua deleita.

O amor que bate,
Reverdeja ao mundo,
Aos nossos olhos
Cálidos olhares,
Com raízes cada vez mais profundas,
Umas lágrimas que padecem
Pelo tempo,
Que nos obriga a estar juntos,
E o tempo finca-se-me
Nas entranhas,
Quando te dispo
Com os olhos fechados,
O amor profundo
Que encerras discreta.

A nostalgia
Apodera-se-me
Sem debilidades,
E o amor como fronteira,
Ou do amar como prefiras.

Beijos
J.

Entre folhas ... Silêncios nocturnos ...

Quando o silêncio da
Noite se aproxima,
E chega até ti,
Acariciando as horas,
Que ontem à noite
Estavam unidas,
E quando em mim,
Instala a nostalgia
De te ter tido,
Intensamente,
Sem estar dentro do teu corpo,
Tendo bebido da fonte
Do teu amor,
Pensarei em ti,
Como o primeiro dia,
Que te vi,
Acariciando as horas
Que pela primeira vez me disseste
Amo-te.

E quando em ti
Instala a nostalgia
De não me teres na próxima noite,
Pensa no amor que te professo,
Hoje,
Amanhã,
Permanente,
Intenso.

Permanente é o tempo,
De amar intensamente,
Sem pedir a mudança,
O entregar tudo
Sem tempos,
Sem reparos.

Pensa como te penso,
E sentirás como te sinto,
Sem trégua,
Sem descanso,
Sem alento,
Ainda que acabe despedindo-me.


Beijos
J.

Entre folhas ... Numa estrela ...

Numa estrela
O teu corpo,
O sabor alegre do homem,
Que sabe se entregar,
A mulher que tudo entrega,
O prazer mútuo
De se acariciar,
A plenitude de se atingir,
Sabendo que a palavra impossível
É desterrada do tempo.

A noite cai,
E até as estrelas
Pronunciam o teu nome,
Vai o desvelo,
Enquanto as flores
Silenciosamente crescem
Como o nosso amor.

Num instante de silêncio,
Que sabe a perpétuo.

Beijos
J.