Entre folhas ... O esquecimento ...

Por detrás de um grande amor,
Tudo fica


A suave brisa renova o ar,
A bruma espessa do sangue,
Removida


As noites quentes,
Passaram


O esquecimento movido pelo vento,
Desaparece,

Afastando a tua beleza

No outro mundo
O gozo oculta-se entre as tuas pernas,
Um raio de sol novo,
Uma nova íris, transparente...

Por detrás de um grande amor,
Tudo fica,
Os olhares, os beijos, os sorrisos,
O vento não leva,
Bebendo da luz e desde fora
Tudo se indicia diferente…

A dor difusa, do amor se dilui
Engendrando lembranças,
Que nunca foram nossas.

Beijos
J.

Entre folhas ... Beijos apagados ...

Bem sei,
Que faço parte das tuas horas,
Ainda que ignores as tuas lembranças...

Bem sei,
Que quiseste parar o tempo,
Justamente onde tudo ignoras...

Mas não há tempo, horas,
Que não tenham marcado
Nos meus lábios os beijos
Que apagar quiseste...

Bem sabes,
Num lamento.


Beijos
J.

Entre folhas ... Toques ...

A pele aquecida
Das profundezas do teu corpo,
Quando abraças-me.

O diabo do amor
Entre os meus dedos,
Entrelaça-se.

Procuro-te vagamente
Entre lembranças esquecidas,
Confundes-me a alma.

Quando abrasça-me
Os meus sentidos, revelam-se,
Revelando sentimentos
Das profundezas do teu corpo,
Faço-os meus.


Beijos
J.

Entre folhas ... Ali, no oceano ...

Ali onde dizem
Que o azul se confunde
Com a íris dos teus olhos
O mar reflecte-se
Em forma de poesia…

Ali
Onde o teu olhar
Se fixa permanente,

Ali estou eu
Com as mãos estendidas,
E o olhar perdido…

Ali onde dizem
Que não devo olhar,
Permaneço…
Todo o dia.

No azul dos teus olhos
E na tua vida
Que é a minha.


Beijos
J.

Entre folhas ... Tu, eu, nós ...

Após roubar-nos o alento
Mutuamente, isso mesmo,
Entre carícias e beijos…

Depois que as nossas mãos
Saciaram o desejo…

Tu, eu, nós,
Encostados,
Após tanto tempo
Sem saborear o universo
Dos corpos,
Depois...

Após germinar,
Voltaremos a roubar-nos
O alento
Tu, eu, nós.

Nada é tão longínquo como a tua lembrança,
Nem tão grato para o meu corpo,
Que as minhas mãos subirem
Para os teus peitos.

Beijos
J.

Entre folhas ... Olho-te e sonho ...

Sempre que penso em ti acordo,
Quando se afastam os teus medos
E renascem sentimentos.

Brotam visões desde os meus espelhos
Quando te olho adormecido
Nasces por mim adentro.

Quando não te olho sonho
Reflicto-me nos teus espelhos
Da forma que estamos sempre
Juntos,
Muito juntos.
De novo.


Beijos
J.

Entre folhas ... Breve mas insistente ...

Breve mas insistente,
Qual chuva que começa em Maio
E não cessa,
Até em Março
Saltando-me em Abril
Por isso que dizem:
Em Abril aguas mil!

Apareces de novo em mim
Qual gota de orvalho
Que perdura insistente no meu jardim.

Breve mas insistente
Tão forte como o aroma
Do jasmim,
Bonita forma de permanecer em mim.

Qual chuva que começa em Maio
Não cessando desde Março,
Batendo em Abril…


Beijos
J.

Entre folhas ... Sentir ...

Bafo,
Da manhã
Sem ar,
Quase sem ar
Respira,

Seu alento
Chega-me
Tão perto
Que respiro
O mesmo bafo
O mesmo ar,
Respira,
Desejando-me o alento
Entre os meus lábios
Há um suspiro comum
Uma próxima ausência,
Fruto da vida
A cada manhã
E chegam sem ti
Os meus suspiros.

Pela tua ausência silenciosa.


Beijos
J.

Entre folhas ... Beijos esquecidos ...

Desejo-te
Uma única vez
De forma anónima
Sem nomes nem poesias.

Desejo-te a sós
Desata as tuas fantasias
Liberta os teus medos
Aproxima-te a este dia.

Desejo-te em silêncio
Faremos novos versos
De beijos e carícias.

Falar do passado
Aproximar o presente
Esquecendo os medos

Apertando sentimentos.
Desejando-te.

Beijos
J.

Entre folhas ... Ela ...

Ela precisa de um poema,
Se sentir viva, para gozar
Sem medos, o nexo justo
Da comunhão do corpo...

Precisa de um poema
Para caminhar, solta e leve
E entrar num universo breve
E uma vida plena...

Precisa de um poema
Silencioso
Onde o ruído do amor
A faça acordar…

Precisa de um poema
Completo,
E não é este...

Porque ela é mais
Que umas palavras
Breves ou intensas...

Ela é a essência
De todos os poemas.

Beijos
J.

Entre folhas ... Desde a lua ...

Baixaste
E encontrastes
Esse beijo
Que sempre procuraste,
Olhando o sol
Desde a lua…

Desde a lua
Olhando o sol,
Do meu sorriso,
Infiel, inconstante,
Que não cessa
De me atormentar…

O silencio após
Esse beijo,
Murchou
As intenções,
O olhar perdido
Desde a lua
Olhando o sol,
Desde a lua
Perplexa,
É de perder esse tempo
Que nunca encontraste.

Beijos
J.