Entre folhas ... interprétético ...

A golpe de marreta 
não me sabem a nada os vocábulos 
esculpidos pela sua boca maldita 
a orla pesada do seu mar, 
nunca tem sido a desembocadura 
retorcida das suas águas sujas, 
nas minhas praias silenciosas. 

Partiu a meio o jogo das palavras 
decomposto o vocabulário 
utilizando duas mil artimanhas
dois mil, os mesmos beijos 
que me propôs, antes de me conhecer, 
e despir-me com as suas palavras. 

Tem violado as minhas verdades, 
com as suas melhores mentiras 
a golpe de marreta,
à contraluz,
à contracorrente, sustentasse. 

E bem sabe... 
que o maior dos templos 
afunda-se, dando no ponto exato 
da equação matemática 
dos seus alicerces. 

Sempre tenho ido ao descoberto, 
ainda quando não conhecia o seu nome 
nem o egoísmo que te embargava

interprétético.

Beijos
J.