Entre folhas ... Desenhando paisagens ...

Pelas suas mãos a tinta deslizava
Como a água entre-os-rios
Desenhando paisagens,
Traçando sonhos
E a seu passo,
Ia deixando sentimentos...

Poemas soltos no ar,
Do corporal fazia etéreo
O etéreo voava,
E pelas suas veias circulavam versos,
A sua boca ia desprendendo beijos,
A chuva convertia-os em pensamentos...

A distância encurtava,
Em silêncio,
As vontades molhavam-na com lembranças…

Entre as suas mãos a tinta deslizava
Desenhando paisagens
Traçando sonhos,
E eu tentava atracar entre os meus dedos.

Beijos
J.

Entre folhas ... Deixa-me ...

Deixa-me que te diga
Num breve suspiro,
A ilusão que se entranha
Em querer-te a meu lado
Sentir-te na distância.

Deixa-me que te ame
Como se ama um ser que se sente
Ausente,
E como se estivesse presente
Deixa-me dizer-te ao ouvido
Que amo-te.

Deixa-me que num suspiro breve
Dizer-te que me doem os olhos
De não te ver.

Deixa-me levar-te comigo
Ao encontro eterno,
Das minhas palavras escritas
Com tão claros sentimentos.

E nessa brevidade descobre que amo-te...

Deixa-me sonhar devagar,
Descobrir os sonhos do teu espaço,
E na tua ausência beijar-te os lábios.

Às vezes descubro a tua imagem
Nua na noite...

Vazia.

Beijos
J.