Entre folhas ... Como dizer-te ...



Como dizer-te que me mordas,
que me apertes os lábios,
que me craves as unhas nas costas,
que se desgastam as minhas vértebras.

Na minha almofada,
povoa o aroma do teu peito,
cavalgam juntas, as estrelas da noite,
as tormentas se unificam,
num só batido, e o mesmo raio
atravessa-nos o coração.

A mesma seda percorre-nos os contornos,
como dizer-te que abafes a alma,
envolves-me penetrando a silhueta
da minha sombra, como te dizer mulher;
que te quero sem que ninguém o saiba,


Procura-te nas minhas luas,
e as minhas mãos,
dispersam-se entre as tuas pernas,
o teu nome faz mexer nas minhas essências.

Como dizer-te.
todas estas palavras secretas,
na cavidade do céu da tua boca…
Sem que te inteires.

Beijos
J.

Entre folhas ... Não importa ...



Não importa que de mim,
saias beneficiada,
mesmo que decidas não me querer
nas noites em que o amor te falta.

Não importa que libertes as tuas fantasias,
neste corpo desejado,
das noites vazias
carregado de plenilúnios solitários.

Não importa que de mim,
saias beneficiada,
ainda amando-te dia e noite,
e com isso a oportunidade de olhar-te,
faz com que no meu ventre,
dancem borboletas elevando-se
o sentir.

Em olhar os teus mamilos eretos,
olhando o céu da minha boca,
desafiando-me o teu olhar,
e os teus seios,
roçando a minha língua
no céu de tua boca,
os abismos encurtam-se
apagam-se as fogueiras.

Não importa que de mim,
saias beneficiada,
sem me querer,
se com isso eu quero-te sempre mais.

Beijos
J.

Entre folhas ... Nas minhas noites vazias ...



Pode chamar-me amor,
e apenas amou-me
uns instantes.

Posso chamar-lhe amor?
Sim, ainda a amo…

Amou-me tão intensamente
que ainda recordo os seus suores
à minha frente,
a impotência do meu corpo ante o seu,
o ardor dos seus seios na noite,
o tato dos seus lábios,
a cor das suas auréolas,
o candor dos seus mamilos,
o falar continuo,
murmurando
a paz de umas horas inquietas,
dormir no seu leito,
as chicotadas do meu sexo,
o sangue acumulado,
o abalroar dos sentidos.

Horas que pareceram anos,
nunca passaram,
tão desordenadas na minha mente,
instantes tão intensos e fugazes.

No calor das minhas noites,
eu habito os seus dias.

Sem inteirar-se…

Devo chamar-lhe amor,
ainda a amo,
nas minhas noite vazias…

Beijos
J.