Entre folhas ...Amantes sem pretextos ...

Em ti sinto os meus pensamentos
no eco do teu nome, golpeio-te
com a macieza do vento.

Em ti pousa o eco da minha voz
a cavalgadura que almejo
com a fúria da tormenta.

Se queres ama-me sem pretextos
enche estes espaços frios,
com o ardor dos teus lábios quentes.

Deixa-me se não queres a humidade do meu sexo
eu venero-te de coração e sem mais razão,
todos os pensamentos que por ti sinto.

Mostra-me o teu rosto mais ambíguo
a solidão das tuas dúvidas,
semeia-me o corpo de beijos,
preciso morrer  uma infinidade de vezes,
renascer em ti num campo de açucenas,
os meus suspiros só têm o caminho do teu corpo
hoje, as minhas vértebras vencidas reclamam-te,
e tu estás a semear dúvidas
no jardim do ausente.

Abraça-me,
acalma-a,
de ter-te no silencio,
a minha agudeza transforma-me em lobo faminto
ainda que não estejas,
sempre te tenho.

E tu o sabes,
ainda que me negues.

Beijos

J.

Entre folhas ... Para esquecer-me ...

Para que me esqueças sem rancor,
não ódio,
com os restos naturais da indiferença,
tens de encher a tua garganta
com as letras do meu nome,
com todos os tempos do verbo amar,
sem esquecer as notas escritas
nas noites cegas,
provar a humidade da minha pele
com os olhos fechados.

Para que me esqueças,
tens de sentir o sabor,
dos beijos calados,
em silêncio feito versos,
ardentes como fogo
sedentos como o deserto,
tantos que não cabem nas noites
de uma vida ,
como para deixar de me amar sem indiferença,
já nos falta o tempo
para salpicar as vontades
com tanto amor de um dogma
com tanto extrato escondido,
temos que nos dedicar sem rendições
uma batalha de desejos famintos,
libertar os erres enquanto nos beijamos,
libertar os esses enquanto fornicamos,
descodificar a inquietude dos verbos,
apaziguar o tesão.

Para que me esqueças com tanto por fazer,
enquanto vivemos quase um impossível,
melhor dito, enquanto eu viva,
pois as letras do teu nome,
gravadas no meu epitélio
serviram algum dia para meu epitáfio.

Com tanto por fazer será impossível
esquecer-te,
também não me proponho,
posso manter sempre as letras
de um amor a salvo de um naufrágio,
enquanto perdure em mim a sensatez,
da loucura dos meus desejos proibidos.
amar-te.

Beijos

J.

Entre folhas ... Pele oculta ...

Não prescindo da tua pele oculta
dos lábios que me beijam,
ao chegar a noite escura iluminas-me,
é o teu corpo de seda e jasmim
aos olhos que reclamam e observam-te.

Não prescindo da tua pele vibrante
das tuas mãos percorrendo as minhas costas,
é o teu corpo de seda e jasmim
a cada noite que te observo intimamente.

Não prescindo do amor dos teus lábios,
nascidos da sabedoria,
quando nomeias o amor,
amar é para ti um princípio
sem fim,
está gravado,
a lua dorme,
que não seja o firmamento testemunha
das noites que passamos juntos,
não prescindo uma noite sem ti.

Desidratados tremem
Os nossos corpos nus
nestes volumes de amor,
que nos percorrem de madrugada,
a lua entre os nossos beijos,
os corpos mexem-se no firmamento,
e tu não estás para te contar...

Beijos

J.

Entre folhas ... Nada é igual ...

Nada é igual quando se decompõe
da nossa imaginação um corpo,
um desejo,
uma acendalha,
uma esperança,
nada é igual quando nos
decompõem a nossa alma.

Por um amor irrecuperável
ou por um amor errante...

Seguimos os caminhos
espreitando sempre a esquina
de quem nos possa unir a alma,
ou sentir o amanhecer  juntos,
com a lua entre as pernas,
sentindo o calor que emanam
as estrelas do teu corpo.

Nada é igual
quando com o coração
ama-se.

Beijos


J.

Entre folhas ... Na noite ...

A obscuridade da
noite é onde vive o meu sentir.
a noite desprega-se do seu leito
do calor dos lençóis
abraça o meu adentro,
abre as portas do escondido
e instantaneamente
sinto-te viver em mim,
sinto viver em ti.

A escuridão da noite abraça-me
enquanto os meus sentidos sonham
com a claridade dos teus dias.

não há noite que não pense em ti
que nos meus sonhos não te atinja.

Beijos

J.