Entre folhas ... O sonho maldito ...

As tuas sombras escondem,
Os meus sonhos,
Sobre os teus bonitos peitos,
Sonhos feiticeiros,
Foram convertidos em beijos,
Seguem o seu caminho,
No prazer da tua pele…

Pela tua paixão,
A minha boca pela tua boca,
Os teus gestos,
As tuas palavras,
Tão ternas e silenciosas…

Amanheces a cada dia,
Não são profecias,
São saudades diárias,
Estas que escrevo,
Sem cansaço…

Sonhos e amores,
Ai os meus malditos sonhos,
Entre os teus malditos sonhos,
Entre medos,
Entre dúvidas,
Esquecimentos sentidos,
E outra vez,
Mais uma vez,
Temos de parar este sonho…

Beijos
J.

Entre folhas ... É ter-te ...

O maior dos presentes,
A melhor das alegrias,
O orgulho de minha vida,
É ter-te...

A paz que me envolve,
O amor que me mima,
A sorte das sortes,
É ter-te...

A ilusão do meu corpo,
A felicidade dos meus olhos,
O sonho feito realidade,
É ter-te...

O orgulho da minha alma,
A honra da minha mente,
O prazer do meu coração,
É ter-te...

Beijos
J.

Entre folhas ... Triste vida ...

Nos subúrbios escuros,
Fui deixando a vida,
Entre copos,
Entre amigos,
Uns chamam a má vida…

Caminhando pelas ruas,
Vendo a gente passar,
Dia após dia,
Fui forjando a minha…

De tanto em tanto,
Uma amiga,
Para adormecer as dores,
Cicatrizar as feridas,
As que causaram injustiças…

Nesta vida,
Aprendi,
Que há que ser forte,
Para a suportar,
Mananciais de ciências,
Subúrbios da vida,
Suspiros, e ausências,
A loucura respira,
Nos camiões do lixo…

Por mais,
Que procuro,
Não encontro,
O meu maldito costume,
De não me acostumar…

Triste esta caixa de Pandora…

Beijos
J.

Entre folhas ... Sentir o amor ...

Com o brilho dos teus olhos,
Com a suavidade da tua voz,
Com o teu cabelo livre,
Ao vento,
Eu amo-te.

És um anjo no meu caminho,
És o sol do entardecer,
És o bom dia,
Bom dia do meu amanhecer…

Quando entenderás,
Do amor que te quero dar,
Quando entenderás,
Que só te quero amar.


Quero aliviar a minha fadiga,
No leito da tua pele,
Quero beber dos teus lábios,
Esse mel…

Quero caminhar contigo,
Quero levar-te a um lugar
Onde tu e eu levantaremos o nosso lar…


Beijos
J.

Entre folhas ... Vão chegar ...

Vão chegar…
Os dias em que olhar-nos-emos
Como dois estranhos
Como se nunca nos víssemos
E procuramos nos lábios
As promessas de amor
Que um dia pronunciamos…

Vão chegar…
Os dias em que fingirei
Que não me importo
E quererás dizer
Que nada se tem passado
E afastar-te-ás sem olhar
Atrás
E rirei
Num pronuncio de aliciação…

Vão chegar…
As horas de recordar
O meu tempo nos teus braços
Os teus dedos entrelaçados nos meus
A tua alma contra a minha alma
Surgirá
A cada momento
A cada olhar
Chorarei, e chorarás
E quiçá volte o Sol
E quiçá soprem novos ares
Mesmo que possamos achar
Que esquecemos…

Vão chegar…
O momento em que a nossa canção soe
Que a recordes com um sorriso
Que a cor da manhã
Nos devolverá este instante
E sorrirei
E sorrirás
Pelos tempos de infinita beleza
Compartilhados…


Chegará,
Chegará no dia
Em que compreenderás
Que fiquei no teu coração
E tu no meu…

Beijos
J.

Entre folhas ... A partida ...

Largo a ancora,
Como o ar que respiro,
Devagar e naturalmente,
As marés,
As canções,
As luas,
Os sonhos,
As ilusões…

Na proa,
De bruços,
A terra vai desaparecendo,
Abandono-a,
Mas sem abandonar,
O passado,
Por sorte,
Os sonhos ficam,
A ânsia dos sonhos,
Não os abandono…


Beijos
J.

Entre folhas ... Caiem lágrimas ...

Através da janela,
Olho,
Chovem lágrimas douradas,
Choro também,
Lágrimas de porcelana…

As pessoas na rua,
Não andam,
Voam…

São lágrimas amadas,
Teimam em as calcar...

Quando o sol aparecer,
Beberemos da fonte,
O amor,
Beberemos entre suspiros…

Caiem,
Lágrimas aos cachos…


Beijos
J.

Entre folhas ... O sabor ...

Os beijos dos teus lábios,
Sabem a pouco,
Tens de os dar,
Em largos tragos,
Entre as grades invisíveis,
Rodeadas de folhas secas,
E caducas…

Os teus olhos,
Permanecem mornos,
O olhar acomodado,
Na lua…

Os dias da tua vida,
Passam felizes,
E agora,
Os beijos dos teus lábios,
Bebem-se em tragos,
Do mel mais puro,
O seu sabor…

Como um duende,
Trémulo,
No fundo dos meus olhos,
Permaneces,
Entre grades invisíveis,
Rodeada de antigas primaveras,
Solidões secas,
Como quem olha,
O vazio…

Esperando,
Ser enchido de desejos,
Permaneces,
No fundo dos meus olhos…


Beijos

J.

Entre folhas ... Não penses ...

Não penses,
Não é necessário ver,
O sentimento,
Que tenho agarrado,
À tua pele…

Pensa,
Se quiseres,
Mas nunca foi o futuro,
Que imaginamos,
Nem a saudade,
Que vivemos no presente,
O passado nada vale…

Não penses,
Eu digo-te que te quero,
Desejo-te,
Mas não venhas,
Deixa-te estar,
Aonde estás,
Que eu sinto,
E fico perto do teu corpo…

Beijos
J.

Entre folhas ... Lágrimas ...

Existem,
Lágrimas douradas,
Lágrimas prateadas,
Lágrimas,
Que se escapam,
Sem sentir as palavras…

Existem,
Lágrimas que deslizam,
Só em ver o olhar,
São lágrimas,
Apaixonadas…

Existem,
Lágrimas que guardo,
Por baixo,
Da minha almofada,
Recordando-te,
Chorando-te,
Imaginando-te…


Beijos

J.

Entre folhas ... O olhar perdido ...

Com o teu olhar,
Sereno e distante,
Tenho-me entretido,
Alguns instantes…
Olhando para nada,
Para aonde olhas tu?
Como uma atracção,
A beleza que inalas,
Desde o teu interior,
De nada me serve,
Olhar um vazio…
Os teus olhos,
São mais poderosos
Que os meus,
Tristes,
Por isso olho-te,
Desde a beleza,
Que exalam os teus olhos,
Dos meus lábios,
Beleza,
Serena,
Canto de sereias,
Baú de lembranças,
Sem estar contigo,
Com esse olhar,
De fada,
Embruxada,
Fico embriagado,
Fico a teu lado,
E não temo,
Que os teus olhos,
Ternos,
Queiram repousar,
Na imagem que eu não vejo…
Por isso,
Deixo-te,
E que ninguém,
Te impeça de olhares,
Ao longe,
Ficares parada,
Com os teus sentidos,
Os meus sentidos…
Por isso,
Espero que deixes,
Uma carta,
Sem remetente,
De sonhos,
Engarrafados,
Sem selo,
Mas com assinatura…


Beijos
J.

Entre folhas ... Pensando em ti ...

Em frente do espelho,
O meu sorriso não reflecte,
Está imerso,
Num mar de poemas,
Entre as trevas,
Que não deixam iluminar,
Escrevo,
Para suprimir,
Essa falta de reflexo,
Que o espelho não reflecte,
E compreendereis,
A minha tristeza,
Enquanto,
As minhas lágrimas,
Aproximam-se do coração…

Abandonou-me,
Foi com outro,
Os copos ficaram vazios,
No mar…
Está a chover,
Chove lágrimas,
De esquecimento,
De paixão…

Cansado,
De escrever o que vai na alma,
Proponho-me,
Escrever,
Em forma de divagação,
Imagino um mar verde,
E umas nuvens vermelhas,
Carregadas,
Vejo,
Pessoas sem nome,
Um inferno rosa,
Uma vida interrompida,
O vermelho dos teus lábios,
E nada acontece,
Sempre o mesmo,
Termino,
Procurando versos,
No éden,
Do esquecimento,
Aí,
Aonde dizem que jazem,
Os verdadeiros poetas,
E,
Sempre termino,
Pensando em ti,
No jardim,
Do esquecimento…


Beijos J.

Entre folhas ... Às vezes penso ...

Lento,
Instintivamente,
Vou traçando o meu caminho,
Por vezes atropelo-me,
Outras vezes sinto-me um naufrago,
Mas penso,
Que nunca é demasiado tarde,
Para sentir,
A tua cálida presença,
Amor dos meus instintos…

Caminho lento,
Nunca é tarde,
Amanhecer e correr,
Para te dar,
Um beijo,
Bem guardado,
Deste coração rasgado…

Por vezes,
O caminho é longo,
Quando tão perto,
Dos teus lábios estou,
Que as pequenas rugas,
Dos teus lábios,
Nesse caminho,
Estão a querer,
Matar-me…

Às vezes penso…


Beijos
J.

Entre folhas ... Amor proibido ...

Das últimas noites,
Ainda conservo,
Um ligeiro aroma,
Um cheiro selvagem,
De suspeição…
Às escuras…

Um amor proibido,
Verdades inventadas,
Na pele,
Cosidas com verbos,
E nos poros do corpo,
Querendo procurar,
Uma saída…

Quero,
Mas não posso,
Dos teus lábios ouvir,
As palavras mais absurdas,
E do meu instinto,
Uma fugida,
Com as tuas suaves,
Primaveras,
Chegassem novas metas,
Novos homens,
Novas quimeras…

O meu instinto,
Levou-me,
A um amor às cegas,
Não quero ver,
O odor de fugir,
Essas novas primaveras,
Que ainda conservo,
O teu último adeus,
Os meus beijos
E uma paixão inexistente…

Ainda conservo,
Um ligeiro aroma,
De uns verbos soltos,
De um veneno lento,
Que agora pressinto,
Em forma de palavras,
Mentiras compostas…


Beijos
J.

Entre folhas ... No silêncio ...

Lábios desejados,
Alentos desconhecidos,
Puras paixões,
Orgias de sentimentos,
Eternos,
Que rompemos com a brisa,
E,
Encontramos a paz,
Que nos acaricia,
No silêncio,
De um sorriso…

Encontramos de novo,
Esses prazeres,
Nos nossos silêncios,
Dentro das nossas feridas,
Perdemo-nos,
Nesse mar de sentimentos,
Que pareciam,
Adormecidos,
E agora encontramos,
Aonde menos o esperávamos,
Em silêncio,
No nosso corpo…


Beijos
J.

Entre folhas ... Queria ...

Queria dizer-te,
Tantas coisas,
E tudo ficou,
Em nada...

Queria sentir,
Os teus lábios,
Venerado…

Queria sentir,
Os teus braços,
Abraçado…

Queria fundir-me,
No teu corpo,
Acariciado…

Queria contemplar-te,
Amanhecendo,
Na alvorada…

Quero ser,
O ouvinte,
Da tua fala…

Quero ser,
Fragrância na cama,
Aroma de pétalas de rosa,
Coberto pelos teus lençóis,
Brancos…

Quero ensinar,
E que tu ensinasses,
Esculpir-te numa estátua,
Ser pintor da tua alma,
Ver-te todos os dias,
Levar-te,
Um presente,
Aonde ninguém,
Nos perturbará…

Desejava um,
“quero”,
Uma palavra sozinha…

Mas chegou,
A despedida,
Um último olhar,
Quiseste dizer algo,
Mas os meus olhos,
Fechavam…

Queria dizer-te,
Tantas coisas,
E tudo ficou,
Em nada…


Beijos
J.

Entre folhas ... A penumbra ...

Seus corpos,
Pareciam fantasmas no escuro,
Amavam-se,
Estavam vestidos,
Como arvores num jardim nu,
Neste dia de nevoeiro,
Tinham um cigarro aceso,
Fumado a dois,
Beijavam-se…

Não tinham necessidade de falar,
Olhos piscavam,
Contornos amando,
Ávidos de carne,
Focos de luzes distantes,
Corações acelerados,
Musica distante,
E o apito do comboio,
Na estação…

Novas razões de existir,
Amores infinitos,
Tudo estava de fora,
Esgotados,
Na sombra…

Cenário real,
Cadeiras ao fundo,
Um espelho,
Um candelabro,
Um relógio antigo,
Marcava as horas,
Badalando,
Badalando,
E eles amavam-se…


Beijos
J.