Entre folhas ... Sem malícia ...


Com a mesma palavra que derrama versos
com a mesma,
por encontrar a justa e necessária
a que sinto com a mesma,
para dizer- te o que quero
não preciso de adjetivos
nem de poesias nem de verbos,
com a mesma,
com a mesma que se solta um suspiro,
pronuncio o teu nome,
quebrado o reflexo do relógio,
qualquer tempo é bom para pensar
em ti,
para olhar o teu corpo com a malícia do
querer
como te quero,
não são livres os meus pensamentos,
quando penso em ti,
nua e primitiva,
com a agudeza da tua pele desafiante,
o teu olhar no infinito,
à tormenta,
ou alardo,
quando te penso nua e primitiva
com a mesma palavra que derramo versos
com a mesma.

Digo-te,
quero-te.
ainda que tu não saibas,
há palavras
que jamais o vento
as levará.

Beijos
J.