Entre folhas ... Paixão desmedida ...

O tempo não existe,
Nem a distância,
Só umas palavras,
Uma imagem,
Cumplicidade
E o sentimento que cresce,
E liberta-se o desejo...

Ocorre então,
Que quase sem nos dar conta,
Compartilhamos uma fantasia…

Sonho-te,
Desejo-te,
Apaixono-me,
Acaricio-te,
E mordo-te a meu desejo,
Com desejos de amar-te...

Ai!
Esta paixão desmedida!
Que me perde na luxúria,
De te ter muito adentro,
Por uma vez,
Mais fico louco,
Sinto-te...

Beijos
J.

Entre folhas ... Jogos de amor ...

Jogos de encontros e desencontros,
Se tu te escondes, eu te procuro,
Com frequência trocamos de papel,
Às vezes pela tua vontade,
Ganho eu,
Outras vezes, em armadilhas,
Deixo-te encontrares-me,
Jogamos o jogo proibido,
Na realidade…

Lutamos,
Corpo a corpo,
Selvaticamente,
Arrancando a roupa e a vergonha,
Eu tratando de te possuir,
Tu tratando de escapar...

Revolves-te,
Arranhas-me com as palavras,
Aperto-te com as minhas mãos,
Imobilizo-te,
Ato-te,
Possuo-te...

Ambos acabamos triunfando,
Com rostos cansados,
Jogamos a seduzir-nos mutuamente,
Mas,
Neste jogo,
Tu inicias com vantagem...

É impossível ganhar a quem seduz
Mesmo não querendo ser seduzido,
Jogamos como crianças travessas,
Que desafiam o mundo com descargo,
Rimo-nos do mundo e fugimos dele,
Justo no momento em que ele nos surpreende nus
Fazendo amor…

Às vezes é tanta a urgência,
Que não nos detemos,
Nem a roupa recolher conseguimos,
E voltamos a esta ilha,
Nus e cansados,
Rindo-nos ainda das nossas travessuras...

Jogamos a mudar as regras,
Inventamos novos jogos,
Atrevemo-nos a jogar sem regras,
Estes jogos insanos,
Proibidos pela sociedade,
Estes jogos de amor...

Beijos

J.

Entre folhas ... Vamos tocar o céu ...

As nossas mãos,
Ansiosas de procurar,
Aproximas-te do meu pescoço,
Dizes-me:
“Desfrutemos com paixão!”
E nomeando-me beijas-me,
Respiras-me...

Estamos aqui,
Para beber da nossa pele, e tocar-nos
Desejo-te, murmuro entre os teus lábios,
Devagar abraço-te,

Abrigo-te
Sentindo prazer com as tuas respostas...

O meu corpo prepara a sua fúria,
As suas vontades,
Não tenho medo,
Já não quero só te possuir,
E que o sol não nasça hoje…

Olho-te...

Desfaço-me entre o teu corpo
Tu,
Tu percorrerás a minha pele nua,
Porque só tu a vestes de prazer…
Porque só tu provarás a minha boca,
O meu caminho,
A minha loucura…

Enquanto apago a minha mente,
Tu tiras suavemente a minha roupa
Deixando que os teus olhos vejam,
A masculinidade do meu corpo,
A minha simplicidade,
A minha ternura…

Estamos aqui...


Enchendo de desejos este quarto,
Olhando-nos com amor,
Paixão,
Sentindo os batidos de nosso coração…

Sem pensar,
Encostas-te na cama,
Chamando com as tuas mãos,
Aproximo-me,
E aconchego-me a teu lado,
Percorro os teus caminhos,
Com minhas mãos mornas,
Acaricio os teus segredos,
Tremes e fazes-me tremer
E sinto que te amo,
Mais que tudo…

Encho-te do meu corpo,
Beijo-te,
Olhas para o céu,
Que aqui não está,
Olho-te,
Murmuro-te ao ouvido,
Palavras apaixonadas,
Acaricio as tuas costas,
Abraço-te fortemente…

Já não pensamos,
Esquecemos?
Sim,
Menos de amar…


Desejamo-nos,
Muito,
Ninguém pode nos julgar,
Estamos doentes de paixão,
Sem cura,
Pecamos, iremos ao inferno,
Mas não hoje,
Porque hoje voamos e tocamos o céu...

Beijos
J.

Entre folhas ... Pirilampo...

Quando a noite cai,
Eu sou um pirilampo
E tu és a minha estrela,
Aquela que me cobiça
Aquela que eu tenho…

As tuas curvam serenas
Serão o meu norte,
Para onde vamos,
Faremos caminhos…

E quando o teu templo
Estiver coberto de sementes ternas,
Nesse momento,
Dir-te-ei que te quero.

Beijos
J.

Entre folhas ... A lágrima ...

Desliza lentamente,
Pelo meu rosto,
Deixando um rasto de sal e dor,
Ignoras,
Não a prendes,
Deixas cair,
Pequena,
Triste e sozinha…

A dor é tal,
Que nem dás conta,
Junto a ela,
Juntam-se outras,
E mais outras,
Obscura o meu olhar,
Atrapalham o teu pensar…

Acaricias,
Com o dorso da tua mão,
Desvias o caminho,
Olho-te nos olhos,
Sentes o meu olhar,
Depois,
Depois simplesmente
Fechas os olhos e pensas,
No bom,
No mau,
E que já não podes mais,
Viras o teu olhar,
Atrapalhando o meu pensar…
A minha lágrima perdida,
Segue o caminho…

Beijos
J.

Entre folhas ... Nunca será o mesmo ...

Nunca será o mesmo, estar só e ser solitário,
Nunca será o mesmo, um céu com uma estrela que um céu estrelado,
Nunca será o mesmo, o querer que um quero-te,
Nunca será o mesmo, um quero-te a um amo-te,
Nunca será o mesmo, beijar que ser beijado,
Nunca será o mesmo, estar só que mal acompanhado,
Nunca será o mesmo, dar ou receber,
Nunca será o mesmo, o dia e a noite,
Nunca será o mesmo, uma verdade à mentira,
Nunca será o mesmo, o meu amor que o teu amor,
Nunca será o mesmo, o ir que o vir,
Nunca será o mesmo, a Primavera ao Outono,
Nunca serão as mesmas, estas palavras soltas…

Beijos
J.

Entre folhas ... Luxuria demencial ...

Não,
Não quero um manto de pétalas de rosas,
Nem a suave brisa acariciando-me o rosto,
Nem quero tão pouco ver o mar,
Na noite azul estrelada…


Quero a textura das tuas m
ãos,
Acariciando a minha pele
Em lençol azul oceano revolto de cetim...


Quero a doçura dos teus beijos,
Desprendidos dos mártires filosóficos,
Afundados no meu corpo...


Quero o rugir da besta em cada espasmo
Cavalgando na tua garupa…


Quero a investida da tua onda,
Descontrolada,
Contra o meu corpo sedento...


Quero o vulcão aceso do teu sexo
Cuspindo a lava quente,
Açoita-me com o teu respiro,
Amordaça-me de carícias,
Venda os meus olhos com os teus beijos,
Ata-te ao meu poste firme e erecto...


Quero-te sem piedade,
Sem redenção,
Envolvida em pecado,
Perdes-te na escuridão profunda
Da noite sem lua, sem estrelas…


Tu e eu em pleno eclipse,
Condenados ao céu ou ao inferno
Brutalmente selvagem,
Desejo-te,
Quero-te,
Possesso desta luxúria demencial,
Que governa.

Beijos
J.

Entre folhas ... Furtivos ...

Quisera a minha sombra
Com o teu passo diluir-se,
As minhas mãos pedem a gritos,
Alongar-se,
Tenho percorrido as ruas
Buscando-te…
Devoradora de beijos furtivos,
Desbordas baforadas perdidas,
Cascatas de paixão,
Emanam das tuas veias,
Constâncias de entregas
Que por serem furtivas,
Doem…
Ansiedade que queima.
Mais do que se pensa.
Buscando-te,
Calcando a terra descalço,
Procurando as tuas pegadas,
Pensando…
Calcando as pedras,
Que tu calcaste,
O mesmo caminho,
Diferentes vidas
Amando-te.

Beijos
J.

Entre folhas ... Desejar mais ...

Flores entre a minha pele,
Beijos do teu rosal,
Há carícias nocturnas,
E é que te quero,
Mulher,
Ainda em solidão…

Até fincar os dentes,

Na tua sombra,
Frágil figura feminina,

Do meu tormento,
Acosso permanente,

No meu pensamento,
Veneno a doses precisas,

Arrependida
Regressas na tua tormenta,

Fúria cruel,
Pagã do tempo que nunca tem sido,
Precisam as tuas mãos
Uma carícia,

Que eu nego-te,
Manancial incerto,
E uns beijos que estão a mais,
Ainda que o tempo,

Seja o de menos.

Beijos
J.

Entre folhas ... Sabes tão bem como eu ...

Sabes também como eu,
Os caminhos longos,
Terminam com paredes,
Os rios irremediavelmente desembocam
Em mares de ondas gigantescas,
De imensas e intermináveis águas que se agitam…

Sabes também como eu,
Que há dias em que o sol não raia,
Há noites frias de ventos arrepiantes
Que deveríamos estar abraçados,
Num lugar de perder de vista...

Sabes também como eu,
Que há céus infinitos de azul,
Eternos braços estendidos,
Almas dispostas ao amor que nasce da terra,
Corações que palpitam ao doce aroma da vida...

Sabes também como eu,
Que há sonhos escuros e amanheceres luminosos.


Beijos
J.

Entre folhas ... Atreve-te ...

O poder-te amar à minha maneira
É uma preciosa arte,
Neste preciso momento.

Pequemos os dois juntos
Porque na vida,
Não há nada que seja absoluto,
Só quando uma mulher é amada
Entre dois pontos.

O de começar,
E o de nunca jamais regressar.

Atreve-te…
Que importa o que digam as pessoas.

Cruzemos essa ponte!

Mudará toda a tua vida de repente.

Atrever-te-ás?


Beijos
J.

Entre folhas ... Sentimento ...

Acendamos uma vela

Para ver a sombra

Entre o teu corpo e o meu,

Vivamos este sonho

Vamos romper este vil castigo…


Deixemos que a luxúria,

Encha esta fúria

Para assim os dois sentir-mos

O teu corpo dentro do meu

Para que em êxtase flutuam como um rio…


Deixa-me acender esse lume,

O do teu olhar,

A de mulher apaixonada,

Quando me dizes ao ouvido:

“ Eu isto jamais o tinha sentido." …


Convido-te a pecar comigo,

Aqui faremos um formoso ninho,

Entre suspiros e gemidos,

Os que dar-lhe-ão vida,

A esse corpo adormecido.


Beijos

J.

Entre folhas ... Deixa ...

Deixa que os meus beijos
E o meu amor
Acendam a tua alma…

Deixa que o teu espírito
Entre na minha casa
E caminhes até ao meu leito...

E enquanto estejas parada
Em frente do meu peito,
Vê…
Anda,
Não tenhas medo,
Desflorando o teu corpo
Para que entre no teu paraíso,
Não faças caso omisso…

Eu ensinar-te-ei a amar,
Terás um doce acordar.

Beijos
J.

Entre folhas ... A vida como é ...

Levanto-me um dia decidido,
Atravesso de novo o oceano
Buscando-te,
Um ciclone de sentimentos,
Uma vida que passa tarde,
Molhada a pele pela ausência,
Voando junto ao ar
A vida é como é…

Um turbilhão de sensações
Que nunca chegam ao epicentro
Da pele que amas
Pressagias o final,
Do que nunca começou em consciência,
Ignorando a vida
Que corre ao compasso da sorte,
Sentes o mel que os teus lábios suspiram
E tratas de te alçar...

Alçar até aqueles cumes,
Que nomeamos um dia,
Os cumes indobráveis,
Rogamos uma vida eterna
Sabendo que sempre é tarde
Para chegar ao mel,
Beijar a tua pele
Tocar esses lábios,
Que por longínquos são tão próximos,
Que sempre,
Sempre
Te estão beijando.

Caminhando de novo cabisbaixo,
Um dia mais beijando-te,
Entrando na ausência
Dos teus lábios…


Beijos
J.

Entre folhas ... As cicatrizes ...

Tenho cicatrizes no meu corpo,
Que recordam que tenho
Um passado,
Cicatrizes recentes
Sinais de uma vida
E um futuro que evoca feridas de amor…

Estive nos infernos
E lá não estavas,
Esperavas na terra
Porque o céu,
São lembranças,
E alimento-me delas.


Beijos
J.

Entre folhas ... Convido-te ...

Convidei-te a pecar comigo
Não sei se foi um sonho
Ou um pensamento atrevido…
Mas é que meu coração bateu
E atordoou-me os sentidos.

Quando penso em ti
Entre o acordar e o dormir,
Sinto o teu corpo vibrar
E o teu perfume,
Os meus sentidos vem alertar…
E sinto-me como se fosse explodir
Por pensamentos atrevidos.

Convido-te a pecar comigo
Por baixo de um céu estrelado
E uma lua sem sentido.


Beijos
J.

Entre folhas ... A vida tem esse sabor ...

Sabe-me a essência da vida
A passos lentos, por isso
Deixo aqui, ali, um rastro,
E não me importo com aqueles
Que encontram o meu passo…

A essência da vida sabe-me
A noites doces, anos passados,
Onde brincar era
Perder a inocência
Dos novos anos...

Agora que os meus cabelos
Tornam-se da cor da neve,
E os meus pensamentos atrasam-se
A lugares tão recônditos,
Que tenho de pensar
Até o meu nariz recordar,
Cheiros, sons…

Lembro-me dela...

E sonho com futuros imperfeitos
Pretéritos passados
E conjunções que nunca
Se fizeram realidade,
Agora que o tempo é passado
A essência da vida
Sabe-me a amores
Rasgados...


Beijos
J.

Entre folhas ... Vamos ...

Vamos passear esta noite nus
Pela orla do mar,
A nadar sobre as ondas
Com os nossos corpos pintados,
Com o brilho das estrelas reflectidas no mar…

Vamos nos abraçar,
Que a minha boca toque o teu peito,
Que o teu corpo sinta o meu corpo,
Que os meus lábios toquem os teus…

Que as tuas mãos cheias de sal e amor
Acariciem a minha pele e o meu corpo,
Que os teus lábios murmurem suspiros
Que incendeiam a minha alma
E assim sozinhos, tu e eu...

Vamos deixar a nossa marca
Sobre o mar,
E que escorra por entre os nossos corpos
E que diga que o nosso futuro foi ontem
E que nosso passado amanhã será…

Vamos,
Romper o silêncio da
Noite com os nossos risos, os nossos beijos,
As nossas carícias, os nossos abraços
E que os nossos corpos fiquem unidos,
Estrelando, abanando-se,
Acariciando-se e fundindo-se
E em um gemido levantem-se e amem-se
Com o sortilégio
De um abraço feliz e extasiado.


Beijos
J.

Entre folhas ... A saudade aponta ...

A saudade aponta ao sul
Do teu horizonte,
Ao norte das tuas ancas
Os sonhos esfrangalham-se
Em mil pedaços…

A dor veste-se
De uma informal
Existência…

Mais perto habita
O umbigo
Do teu mapa-mundo…

Onde o prazer é loucura,
A solidão espreita
Em cada esquina...

Mais perto ainda
Estás tu.

Rasgada solidão
Que geme e chora.

Beijos
J.

Entre folhas ... Diluiste-me ...

A tua estimada presença
Dilui-se,
Como se dilui a água
Ao bater contra as rochas,
Como se perdem as estrelas
Nas noites encobertas…

As tuas palavras incessantes
Que um dia foram a minha alegria,
Hoje são só uma lembrança,
Uma pena,
Uma agonia...

Umas letras incessantes
Que remoem-me a vida.

Quis-te porque quis-te
Sem pensar em outros dias,
Sem lembrar-me de outras,
Nem pensar na minha agonia….

E agora já passado um tempo
Espatifo-me contra as rochas,
Esqueço-me do vivido,
Acolho-me ao tido,

Refugio-me entre as sombras,
E tenho-te aqui comigo,
Diluída entre as minhas gotas,
Dos meus olhos derretidos…

Beijos
J.

Entre folhas ... A mulher incondicional ...

A mulher incondicional nunca pediu nada,
Os seus propósitos eram ternurentos,
Colou-se aos meus pensamentos,
Chegou a dormir no meu leito,
Abusou de todos os meus segredos
Soube os manter dentro…

A mulher incondicional nunca pediu nada,
Tão só aguardava, a sua paciência infinita
Um beijo, uma carícia, uns versos,
Um olhar cruzado,
Enquanto olhava para a nada...

Nunca me pediu companhia,
Nunca mostrou ousadia,
Relatava as suas cobardias,
Tão incondicional era,
Que nem o parecia…

Um bom dia propôs-se a desaparecer
Deixando-me sem alegria.

Tão incondicional era que apesar de tudo
Ficou nos meus pensamentos,
Dormindo comigo, no meu leito,
Incumprindo os meus segredos,
Colando-se aos meus sentimentos…

Nunca pediu nada
E eu que sempre o soube,
A deixei prosseguir sem condições,
Essas eram as suas intenções…

Dormindo na minha cama...
Apesar de ser sagrada.

Da mulher incondicional nunca ficou nada…


Beijos
J.