Entre folhas ... Cavalgar na minha estrela …

Tenho visto e sentido

O lado passional

Da tua emoção.

Tenho notado que voo

Com a minha loucura,

O orgasmo sublime,

Os meus olhos fechados

Abrem-se ante ti.

Tu,

Sempre tu,

Que me fizeste sonhar

E nos meus sonhos apareces

Para saciar a sede do meu corpo.

Tu que com os teus impulsos

Levaste-me ao prazer desconhecido

Eu,

Que te senti a entrar e sair

Para empurrar o meu sexo,

Tu,

Que me ouviste gemer

Como ninguém,

Tenho de te dizer

Que te amo,

E digo-te.

Leva-me a cavalgar

De novo às estrelas,

E beijar esse lado lunar,

Da tua pele

Que ninguém conhece,

Onde os poemas se escrevem

Com os raios da lua.

Onde os gemidos

São o fruto de um sexo

Que te cavalga,

E sonha amando.

Beijos

J.

Entre folhas ... Do saber que estás ...

Se pudesse ser uma aranha
Cobriria o teu corpo
Com o amor que vou tecendo,
Ou se fosse o vento,
Chagaria até ti,
Unindo sentimentos.

Água a correr,
Livre e limpa
Como as tuas palavras,
Mas se fosse uma nuvem
Descarregaria a água
Gota a gota
Sobre o teu corpo,
E a cada gota um silêncio,
E a cada silêncio,
Um beijo.

Os meus ventos
Da tua imagem,
Tão cristalinos na minha mão,
Os beijos como lírios
A paz no regalo,
Os dias que andámos
De mãos dadas,
Ficam assim escritos,
Com pontos suspensivos
Porque não há amor que morra,
Tão só descansa silencioso,
Numa brisa de lembranças
Agridoces.

Do saber que estás,
E não te ter
Quando te quero
Entre as minhas teias,
E vou tecendo versos,
Na falta dos teus beijos.

Beijos
J.

Entre folhas ... Dos beijos em silêncio ...

Na terra morta
Só cresce o silêncio
Da minha voz apagada,
Faço greve dos meus versos
Esqueço o teu nome,
Jogo com as tuas palavras
Mesmo assim a semente
De amor contido,
Faz-se vidro.

Faço cristais
Com o teu corpo
De cada vez que sou ausência,
Sabemos quem somos,
E não podemos ser mais,
Desenho um azul com fundo
Com destino,
E pela água
Chegam-me os teus beijos,
Voam pelas ondas,
E entrego o meu tempo
Ao viver sentindo,
Ou sentir
Sem viver esses próximos beijos.

Ainda que feche os lábios
Uma voz diz-me:
"- Aqui estou.",
Não ignores a evidência
Do calor mútuo,
Daquele que um dia
Foi o acoplamento perfeito,
Ainda que não o recorde.

Beijos
J.

Entre folhas ... Da vida pelos caminhos ...

Sempre andei

Por caminhos,
Descobrindo com eles
O valioso tempo
De querer,
Como querer,
E porque queria.

Ir-se,
E nos caminhos
Os encontros sonhados,
Uns fizeram-se realidade,
Outros ilusões,
Nesse tempo em que deixava
Ao descoberto,
O vivido.

Ir-se,
Por despir o esquecimento,
Deixo a roupa
Por esses caminhos…

Beijos

J.