Entre folhas ... Suores nocturnos ...

Arrepia-se a minha pele,
Atravessando noites na tua ausência,
Adagas e punhais traem
E não deixam sanar
As cicatrizes da minha alma.

Títeres penduram-se nos meus sonhos,
Ingratas presenças,
Pendurados de uns fios invisíveis,
Sujeitam-me,
Coagula-me o sangue,
Arrastam-me a um acordar cedo,
Na realidade nocturna das horas
Dos meus passos constantes,
Sou peregrino da tua pele,
A minha pele arrepia-se:
Quando te recordo longínqua e ausente,
Tens deixado de existir,
Os restos da tua pele,
In grávidos voam,
Para a casa do esquecimento,
Sem pretextos.

Demasiado tempo a não lembrança
Das tuas pernas abertas.

Perco,
Demasiado tempo com as letras
Ao descoberto de outro amante.

Beijos
J.

Entre folhas ... As gretas do meu corpo …

Senta-se nas minhas noites,
Caminha de frente ao que chega
Mas vira-lhe as costas ao sentir.

Vozes nocturnas acordam-me,
Decidem deter-me
A vida fica curta por instantes,
Os meus passos constantes difundem-se,
Procuro na noite o calor
Encontro a dor,
No profundo.
O lugar que queria voltar,
Perdeu-se na memória.

Quebradiça é a arma que arrojas
Alboroto do teu corpo
Ainda dizes que me tens,
Esgotador prazer emergente,
Mas nunca tenho sido teu...

Beijos
J.

Entre folhas ... Reclamo-te …

O agridoce sabor dos teus seios
As minhas mãos moldando as tuas formas
A conjunção do teu ponto de Vénus,
O ponto exato onde transitas,
Da realidade para o desejo.

O pronome que te diz: amo-te,
A cúspide do teu pensamento,
O verbo primitivo e sincero
É nisso que pensas,
As minhas mãos no teu sexo,
Enquanto nisso ardo,
Os meus lábios reclamam-te.

E não te encontro.
Onde te escondes,
Mulher de fogo?

Beijos
J.

Entre folhas ... Do momento …

São seus
Os pensamentos do momento
Que nos elevam ao mundo espiritual,
As suas mãos
As que circulam constantes
Pelo mapa do meu corpo,
As suas caricias
As que me fazem descer dos céus,
Até ao infinito inferno,
Os meus pensamentos
Aqueles que a levam
A desejar noites de encontros,
Os meus movimentos
Os que percorrem
As suas costas,
O meu sexo
O que a penetra
Suave,
Lento,
Ou violento,
Sabe bem o que lhe agrada,
Sabe que tem sido descoberta,
Eu sigo o seu caminho
As minhas mãos traçam,
Abrem as portas do seu mundo
Mais intimo
Quando nos damos conta,
Estamos de novo no firmamento.
Onde o mundo espiritual deixa
De ser um conto,
E multiplicam-se os orgasmos
Nas portas do inferno.

Sabe do que preciso,
Faz com que vá ao seu encontro,
E a encontre preparada
Para absorver
O que lhe oferece o meu corpo,
Desde o seu rosto
Até o fundo do seu leito.

Beijos
J.