Entre folhas ... Pouca vontade


Quase sem vontade,
corpo evitando a queda,
passeias pela minha pele,
só observas,
hoje os teus dedos desenham curvas.

As pontas dos teus dedos
assumem no meu acordar
um nascer pleno de lembranças
de uma tarde de Inverno.

Pensamento escondido
gerador de belas lembranças
assumem no meu acordar
corações púrpuras,
és tu,
a saliva que alimenta
os meus lábios sedentos,
a que brinca com as virgulas
das *conjunções copulativas
do verbo que nos envolve.

Desaparece a solidão
quando na noite apareces
discreta,
acordas-me e beijas-me
desaparecendo.

De alguma tormenta refletida
reflete-me,
e espanta-me
saber que estendo os braços
sem encontrar-te por perto.

Uma vírgula da minha vida é suficiente
quando penso em ti
e estás ao meu alcance,
sendo o futuro presente
dos pontos suspensos,
que nos envolvem distantes.

Beijos
J.