Entre folhas ... Desenhando futuros ...

Há dias que escrevo com a coragem
do coração pleno de pesares,
opacam-se os meus dias e renascem puros,
alimentando tudo aquilo que se espera,
o sentir mútuo dos sonhos semeados.

Pelo menos tenho vivido um tempo
reservando a minha vida ao compasso
da maturidade dos meus anos,
tenho molhado os meus ossos
algumas vezes
no equivoco do descoberto,
hoje
ontem,
talvez amanhã,
invoque ao amor puro,
talvez  fracasse
na tentativa.

Desenho o meu futuro
lambendo o meu orgulho,
e sem ser ninguém sou,
o que se pronuncia amor,
resmungando liberdade,
fábulas mal contadas
depositadas num querer mais,
desejo amanheceres
que nunca chegam.

No letargo dos meus pensamentos
como se fosses o centro,
mesmo de tudo,
o sendo,
passeias-te pela minha pele,
desenhas o meu coração
da cor âmbar quando ele está cinza,
és o pincel da minha manhã,
 o teu sorriso devolve-me a vida,
essa que me pica insistente
na solidão que dança sobre a minha cama.

Há dias que escrevo com a coragem
do coração ao descoberto,
a alma humedecida em penas,
fecho os olhos e imagino,
o amor em plena sementeira,
estendo os meus braços
e encontro-te
no centro  das minhas lágrimas,
amadurecendo sentimentos
queimando-me o peito
difíceis de explicar,
por intangíveis,
picotei os meus ânimos,
sinto falta dos caminhos,
 pensando
que a vida foi ontem,
sendo hoje
o futuro que me inspira acomodado.

Beijos

J.