Entre folhas ... A lua do teu umbigo …

Fúria desatada
do meu desejo,
a sua fúria desatada
a noite devém,
pupila entreaberta,
existo porque sei que sou lembrado,
porque tenho nas mãos,
signos da minha vida,
o meu desejo na mão
desatado,
explode no teu corpo
o roçar das tuas unhas,
não finjo querer-me,
reflexo do meu alívio,
não finjo querer-te,
para além da dúvida mesma,
de um segredo.

Do meu desejo a sua fúria desatada,
penetro a cavidade
de cada poro da tua
pele
e na cavidade imensa
onde gozo,
alimenta o amor
que nós professamos,
roçando-nos.

Tenho por lua o teu umbigo,
por amor,
o teu amor e o meu silêncio,
por noites
sonhos juntos,
por versos
luas e estrelas,
tenho um pacto com o diabo
fogo na minha boca enlouquecida,
tenho pensado,
sonho-te,
em penetrar-te
para além da razão,
e menos
da loucura,
metido sempre
nos seios de uma ausente solidão,
tenho por costume,
escrever versos.

Para poder entrar
tens de deixar
que te abra os lábios,
que te cobrem como algodão doce,
o diabo do amor nunca sua.

Beijos
J.