Entre folhas ... Noites frágeis ...

Procura uma noite frágil,
para sentir-se madura
apoia os seus pés
sobre as minhas costas,
procura madrugadas completas,
que as suas mãos façam estremecer
a minha pele,
procura uns olhos,
onde depositar todo o amor
que me tem,
procura os meus olhos,
sabe que aí está o seu afecto.

Procura um abraço,
enredada no meu silêncio,
procura o que o tempo
lhe nega e rouba,
as suas próprias lágrimas
se procuram e se encontram
escorregando pela sua pele,
precisa de chorar.

Agarra-se à sua almofada,
fecha os olhos,
e encontra-me procurando-a,
procura uma noite de calidez e magia,
para acariciar-me os cabelos grisalhos
de tantas luas iluminadas,
enquanto eu a procuro,
desesperadamente,
a ela.

Tenho dissecado a sua fisionomia
enquanto ela tem encontrado a porta
da minha filosofia,
sempre tenho preferido o seu amor,
que a nenhum outro,
e por fim ela sabe,
que a minha escrita não rima,
mas o meu amor e a sua orla rimam-se.

Em suas mãos deixei o epitáfio
do meu corpo,
para quando precise.

Beijos
J.