Entre folhas ... Enquanto ...

Enquanto vivemos,
E o meu sangue circular,
Na cumplicidade dos teus argumentos
Sem dissimulações,
Sem indiferenças,
Enquanto o meu coração persista
Em bater ao compasso do teu,
Enquanto afirmas
Que tenho aberto o teu coração
As tuas dúvidas e os teus medos,
Enquanto continuo
Entre os teus braços
Argumentando que o amor,
Não está desfalecido
Avanço com a minha voz
Percorrendo os sons do teu corpo
Agitando as asas em silêncio e
Sinto a vida a ver-me passar,
Enquanto as minhas mãos trémulas
Dêem com o volume dos teus seios
Ou atraem o sabor
Dos teus instintos,
Enquanto me fiquem marcas
No corpo
Das noites ao descoberto,
Pensando,
Que posso chegar a ser teu,
Quando queira e sem recato.

Enquanto uma raiz agarra-se
E outra enrede-se-me pela alma
Sendo da mesma espécie,
E a ausência não me agrave
No cansaço,
Enquanto as tuas mãos
Saibam recolher o sustento do amor,
E as sombras do desejo nos apontem,
Enquanto passa a página de um instante
Ao outro,
Como quando dormes
Na cimeira dos suspiros,
Enquanto saberás que não estou dormindo
Que guardo o primeiro olhar
Dos teus olhos
Na memória de todos os anos,
Desde o primeiro dia,
Que cobicei-te,
Em chamas
Na apetecível sombra do teu corpo.

Sempre vou amando…

Beijos
J.