Entre folhas ... Na noite livre ...

Tenho beijos nos lábios,

E chuva de sentimentos,

Tenho dedos,

Tenho mãos,

Para percorrer devagar

A beleza dos teus contornos

Aconchegar-me no teu peito

E perder-me na tua cintura.

Como cavalo faminto

Cavalgar os teus sentimentos

Em cima da tua cintura,

Alegre e com a tua soltura,

Provocar-nos uns instantes

De vazio,

No que tudo

Fica pleno.

O amor destila,

Agarra-se na destruição

Das horas,

Sonhos com serpentes espreitam,

O tumulto de toda a tristeza vulnerável

Faz-se água,

Estatelando-se

Contra o nada

Não consegue romper os minutos,

Das horas que não foram,

Nem o prelúdio,

Nem a raiz da noite.

E caio no sonho

De que nada sucedeu,

Na realidade do sucedido

Esconde-se a alegria

Das tuas pálpebras

Disfarçadas,

Tive que o aprender,

Talvez tarde,

Realizar com as minhas mãos,

Essa viagem do diálogo

Absurdo,

Que separa os meus sonhos

Dos meus pensamentos tangíveis.

De vez em quando a palavra isenta-se

E deixa livre o espírito,

Do homem que a pronuncia.

Livre.

Beijos

J.