Entre folhas ... Dos beijos em silêncio ...

Na terra morta
Só cresce o silêncio
Da minha voz apagada,
Faço greve dos meus versos
Esqueço o teu nome,
Jogo com as tuas palavras
Mesmo assim a semente
De amor contido,
Faz-se vidro.

Faço cristais
Com o teu corpo
De cada vez que sou ausência,
Sabemos quem somos,
E não podemos ser mais,
Desenho um azul com fundo
Com destino,
E pela água
Chegam-me os teus beijos,
Voam pelas ondas,
E entrego o meu tempo
Ao viver sentindo,
Ou sentir
Sem viver esses próximos beijos.

Ainda que feche os lábios
Uma voz diz-me:
"- Aqui estou.",
Não ignores a evidência
Do calor mútuo,
Daquele que um dia
Foi o acoplamento perfeito,
Ainda que não o recorde.

Beijos
J.