Entre folhas ... Madrugadas adúlteras ...

São os teus lábios e os meus lábios,
Saudade que não permite,
Viverem tranquilos,
com sossego.
Aprisionando o sonho
das madrugadas claras,
o amor dispersa-se
produzido pelo ar que nos alimenta,
e a vida
resiste a se acomodar,
plácida,
no conhecimento.

Vivemos perguntando pelas respostas,
seduzimos a vida,
o cálido amor do amante silencioso,
agradam-me as tuas pernas,
a sua longitude, ali onde
chegam os meus beijos,
ao norte onde toco os teus cabelos.

No acaso, molha-se de aroma do cruzar
do teu corpo,
reconheço as tuas curvas a minha língua
desata prazeres, do teu corpo tímidos gemidos,
temerosa de que alguém descubra,
a verdadeira beleza que
ocultas no teu interior, que com sigilo guardas,
só transparente aos olhares de quem amas,
e o teu vestido de domingo,
alvo nítido,
colocas-lhe um velo,
para que ninguém intuía quem foi ontem,
dono do teu prazer
e deixou os teus mamilos
em estado de desejos prodigiosos.

Continuamos perguntando pelas respostas,
que não podem expressar-se,
porque esse sentir
não pode mais que alimentar as pessoas que o gozam,
de noite,
adúlteras,
Desço ao teu umbigo que se esconde,
o manjar do amor,
com o teu útero descreves a loucura de espasmos
na passagem da minha vida pela tua,
o neutro da liberdade,
de quem ama sem condições,
e sem considerar as pessoas
que o futuro nos depara,
sem nos importar,
nos alimentamos deste dia a dias
onde o amor renasce a cada madrugada.

Entre os nossos lençóis,
protegemo-nos
das insolências mesquinhas,
e o teu vestido
impede-te de veres o que eu sinto,
ao sentir a tua pele.

Beijos
J.