Entre folhas ... A essência do tacto ...

Do tacto perfeitamente recordado,
Guardo a essência,
das suas mãos,
baixo a luz das eternas solidões
cresce o amor que processo,
ingénuo.

Essa minha mania convertida em silêncio,
De ver o nascimento de uma lágrima
aflorada,
No refúgio dos seus olhos radiantes,
Quisesse ir caminhando lentamente
pelo caminho que ela me concedeu,
para transitar sem estragos,
fechar as portas,
e ir onde ela habita,
longe desta vida,
que me parece imprópria,
incongruente,
rodeado de dor que me observa.

Jaz no fundo do abismo lúgubre,
um sorriso que me procura,
e não me encontra,
estou mal,
ou estou bem,
não posso ver-me
quando o sol acaricia-me,
aparecem nos meus olhos
tentáculos que de todas partes chegam,
claros,
escuros,
sem interrupções,
trato nesse momento
de aproximar os seus olhos e os seus lábios aos meus,
e imprimo meu amor
no tacto das suas mãos.

Essas que me acariciam em solidão e silêncio,
e tremo de paixão quando me percorre,
sufocando a dor
da minha alma e do meu corpo
amor de pássaro nocturno
rompendo os meus poemas,
despindo corpos e silêncios,
ela,
sempre ela,
percorre-me quando mais o necessito,
e a minha voz
agradece-lhe eternamente,
tratando de ser verso,
ou ser uma constante,
ou um sussurro de amor,
agora o compreende,
anjo sem final,
e com volta...

Beijos
J.