Entre folhas ... Da minha ignorância …

Às vezes é fácil
Ser homem,
Ignorar,
O mundo que nos rodeia
Pensamos no Deus nosso,
Na nossa própria confusão,
Encontramo-nos com ele,
Mantemos silenciosas
As falas solitárias,
Nocturnas fibras
As que nos percorrem
Quando o encontramos,
E não o reconhecemos,
Paz,
Amor,
Controle,
Traição.

Tudo está à nossa volta,
Absorve-me a energia,
Esses momentos delicados
Onde somos dois,
Em um,
A loucura parece branca
E doente,
Planto tulipas,
E crescem espinhos.

Quero fazer-lhes saber
Que nas minhas noites mais intimas,
Essas eternas de insónia
E caminhadas permanentes,
Penso nela,
Não me aflige pensar,
Que pensará como me sinto,
E uma voz trémula
Ainda diz que a amo.

As palavras mais triviais
Nessas noites aparecem
E ela não está para me escutar,
Ou talvez não esteja eu
Para a sentir.

Penso nas suas nádegas,
E Deus ajuda-me a mantê-las
Na mente,
Coração e olhos,
Agradeço-lhe,
Aparecem os seus seios ternos,
Duros,
Retenho-os,
E Deus faz-se com eles.

Justo nesse momento,
Pergunto-me
Porquê ele se mantém a meu lado,
Enquanto ela se afasta,
Com o seu olhar transparente,
Os seus olhos vermelhos,
Lábios amplos,
E uma noite mais,
Não creio em nada,
Só no que vêem os meus olhos.

Supõe-se que sou um pobre diabo
Que exerce de poeta,
Quando converso com Deus,
Disfarçado de mulher,
Enquanto ele,
Me arrasta para o sonho,
Que já conheço…

Deambulando.


Beijos
J.