Entre folhas ... Tormentas do coração ...

No lugar onde se atraiam as sombras
tantas as intimidades
na minha memória
onde se difunde o olhar
e a vida,
lá onde cresce o vento de norte
tantos os silêncios
do meu coração,
hoje falo da vida das palavras
desde onde o verbo
ou o verso se estende,
com os olhos fixos no tempo.

Hoje falo comigo,
de quando o tempo
se afasta despreocupado do momento,
e preocupada a noite
com a sua cita reza,
ressuscita o vulcão descontrolado,
levanta-se a tormenta,
uma chuva fina cala
o pensamento
mais recôndito do corpo,
nada se ganha se por nada se luta,
não nasce o esquecimento com o tempo,
mas brota suave
desde todo o tempo vivido
das estações passadas,
dos amores sentidos.

Aqui é;
o agora ou o hoje,
estrangulo a minha voz
escrevendo o poema que nunca recordo,
talvez em instantes tardios
cesse a tormenta
e o pensamento à deriva,
vagueie,
em sonhos.

Beijos
J.