Entre folhas ... Justifico-me ...

Justifico,
O meu pensamento
da tua ardente boca luxuriosa,
a humidade das partes do teu
corpo,
mas impenetráveis
e íntimas.

Justifico,
tudo o que nós dizemos
entretanto,
tudo passa,
ou entretanto
tudo foge,
justifico as rédeas
que deixo nos meus silêncios,
para que neles penetrem
as tuas palavras.

Justifico que é necessária a abertura
onde e quando penetro,
a saliva luxuriosa dos meus lábios,
entre as tuas pernas,
o calor mútuo que desprendem
os nossos corpos,
justifico;

Que me restam cem olhares
novecentos caminhos,
onde deixes esculpir-me
no teu corpo,
tão puro como luxurioso,
quando lho propõe.

Justifico que estive contigo,
entre silêncios,
e amanheci limpo de antigos desejos,
limpo como o vento
reflectido nos espelhos.

Beijos
J
.