Entre folhas ... Os meus uivos ...

Como o meu ânimo,
Há um rumo que vai e vem,
Desde que nasci
As noites são minhas,
Compartilho-os com quem quero.

E das minhas noites
Fazem-se escritos,
E dos meus dias
Plagiam e fazem-se donos,
E não me importo,
Também sou dono
Dos meus dias,
Dos meus pensamentos,
De quem compartilho o meu Sol,
E a quem ofereço as minhas luas.

Há outros
Que circulam à minha volta,
Mas não sabem
Que caminho com sandálias invisíveis,
Para que ninguém note os meus passos,
Nada quero com o passado
Como se fosse o presente,
E esse, o meu presente conservo-o,
Intimamente e internamente.

Pois ninguém que eu queira,
Tem de saber,
Em que estrela costumo cavalgar,
Por um beijo,
Por uma carícia,
Por uns abraços,
A quem ofereço sonhos,
A quem me entrego,
Quem sabe do meu coração,
Sabe que vive em mim,
Sempre presente.

Ainda que outros queiram me colocar,
Com um rótulo do meu passado,
Que tem perdido todo o meu sentido
E o meu presente é infinito.

Será melhor que eu advirta,
Que posso caminhar só,
Ou acompanhado das estrelas
Que eu eleja,
Uivando nas minhas noites.

Beijos
J.