Entre folhas ... Como encher estes vazios ...

Com toda a vontade,
De apagar a fogueira,
Malévolo incentivo,
Somando barreiras,
Abatido pelo argumento vazio,
Concebido na luxúria primitiva,
Do pensamento adormecido.

Como encher estes vazios?

Quando a paixão estala,
Quando entro em ti,
Sobre os teus poros,
Os meu beijos,
Viajarão contigo
Pelos vales dos desejos escondidos,
Sentiremos como a pele,
Queima e fala,
Como o fogo trémulo,
E nas nossas mãos,
Intercalaram-se com gemidos crispantes,

Como tocar o teu corpo,
Numa viagem de ida e volta
Para regressar de tanto em tanto,
À nudez,
Aos suores esgotados,
Ao teu sexo molhado
Quando o meu sexo
No profundo do teu corpo,
Só seja a manifestação
De um amor de pétalas,
Miúda acorda!
Eu durmo num leito de flores,
Sobre os teus peitos,
Com os braços estendidos.


Como encher estes vazios?

Da tua ausência,
Nos meus pensamentos
Quando não estás comigo,
Os meus olhos abertos
Descobrem que o amor, amada minha,
É um ser vivo
Que habita no meu coração,
Adolescendo nos teus batidos,
E à fé da promessa de ser teu abrigo,
Quando tu queiras,
E o tempo não seja prejuízo.

Como esvaziar estes sentidos?

Beijos
J.