Entre folhas ... Do feminino sabor ...

Do feminino sabor não inalado
Do tremor de amor que ainda sinto,
De todas as carícias não recebidas,
Da fina pele não acariciada.

Ela que esconde o seu desejo,
Desnuda-se piscando o olho,
Dizendo que aceita estar comigo.

Dói-me essa beleza não possuída,
A imaginação dos seus fluidos,
Querer uma mulher de fogo,
Sem distâncias,
Sentindo-a como nunca a senti.

Cavalgas sobre mim
E comigo,
Os teus peitos ingrávidos e latentes,
Expões o teu belo pedaço,
À função exacta de minha luxúria.

E dói-me a alma,
Hoje mais que nunca
De te querer tanto,
Duas almas separadas
Pelo final da poesia,
Unidas pelo oco da carne,
Túnica humedecida na esperança.


Beijos
J.