Entre Folhas ... Diz-me que estás ...

Coleciono luas,
noites de insónia,
orgasmos dormidos
côncavos e convexos
em perfeita sintonia.

Coleciono os limites dos teus contornos,
ainda que não o pareça,
pelas minhas veias corre tinta fermentada,
lírios semeados
a orlas de mananciais,
tinta fermentada
de horizontes perdidos
que nunca voltarão,
porque nunca há
um horizonte repetido,
muda a cor,
o matiz e seus brilhos
como mudam os ventos
repentinos e assírios,
diz-me que estás,
e não voltarei aos contornos
dos corpos perdidos.

Ufa…

Diz-me que estás, e
destruirei as coleções
de lembranças baldias
e irei;
a um lugar sem volta

na vida dos teus olhos.

Beijos
J.