Entre folhas ... Feridas sem sangue ...

Sou das raízes da árvore
que perdura,
da terra lavrada,
queimada,
abandonada,
da água que regressa sempre à sua
origem,
sou do que se sente,
povo amado,
respostas irónicas de gente
que de mim lucra
e trato de dar com palavras
em mãos..

Sou acto e actor
da própria vida
sem contratos sou,
e sem contrastes,
fábula da noite que se meteu com a
dama,
abandonado à sua sorte sou,
sou e seguirei sendo
o que dita o verbo,
tratando de acertar no alvo.

Ainda sabendo
de que poucas vezes
se acerta,
e tantas outras
em que se metem
os dedos em chagas
que não sangram.

Beijos
J.