Entre folhas ... Do seu poejo sou ereto talo ...

Do seu poejo sou,
a mente mesclada,
a noite dos seus desejos,
a perdição rendida
a cimeira das minhas fantasias,
o canto perdido,
a carne entusiasmada,
o centro da esquina.

Explosão de fumaça,
pele que te penetra
no alvo,
mão que te suga,
tormenta ardente,
fogo da tua morada mais brilhante,
aparência,
por baixo da cama estão as tuas calcinhas,
sedosas como a pele que me percorre,
as estrias trabalhadas,
do corpo que te chama,
humidade que abrasa.

Das tuas noites sou,
o amante apaixonado,
o silêncio que percorre o torso nu,
o que te provoca,
figura descarnada,
que te entra intempestivo, e sai a impulso
para voltar a entrar de novo,
desfrutar as tuas vontades
num fechar de olhos,
sentindo-te mamada,
dos teus lábios o beijo,
da tua mão a caricia
do teu peito a cúspide,
a aureola que beija,
os olhos que sangram,
o desejo louco,
descarnado,
rompo a cor natural da tua pele
em cem pedaços,
o lençol que te cobre,
a almofada recolhida,
são os teus olhos
parte onde se perde o meu olhar.

Dos meus dias
sou as tuas noites,
enches a baía
à procura da minha água embravecida.

Beijos
J.