Entre folhas ... O entendimento …

Com a ambiguidade que me caracteriza
Ser tudo ou não ser nada,
Ou ambas simultaneamente,
Sou Deus Sou Demónio,
Anjo ou querubim,
Vácuo ou plenitude,
Fogo ou terra,
Escuridade ou luz,
Brisa ou tormenta,
Relâmpago ou raio.

Com a forma de dizer que a poesia
É uma máscara que utilizamos
Que outros tratam de desmascarar,
Escrevo em pensamento,
Medito por baixo dos choupos,
Na brisa,
A lembrança assume,
Aqui de novo
E trespassa os meus próprios
Pensamentos, sem pensar
Nos outros que também pensam,
Caminhando
Livremente e sem complexos de escrita,
Não estou presente,
Não vejo o que escrevo,
Essa ambiguidade
Em permanente luta
Faz com que lance no ar,
Estas palavras,
Esta escrita,
E quem a recolha
Forme a sua opinião,
Tendo em conta
Que hoje caminho disfarçado de falso poeta,
O que sou,
Um eterno apaixonado
Das letras e da palavra.

Palavra para assentir,
Ou para divergir
Para recolher, ou para lançar,
E cada qual que opine o que queira,
Como eu opino de vocês à minha maneira.

Ambíguo de testamento e nascimento
Permaneço intacto ao pensar alheio,
E amarro-me
Às minhas próprias consequências
E saibam,
Que o faço de livre vontade
E sem complexos.

Beijos
J.