Entre folhas ... Gosto de … Sentir o teu tesão …

Gosto de saber que me lês,
Que as minhas letras não caem no vazio,
Que não morrem,
Num pestanejar de olhos,
Nem ao desligar o blogue.

Gosto de saber que o vives,
Que te transporto
Ao lugar que dos meus sonhos
Ou das minhas lembranças nasce,
Que vestes a pele do protagonista
E sentes,
O que ele sente,
Que vês pelos meus olhos.

Gosto de imaginar que linha a linha,
A tua pulsação acelera,
Com cada palavra,
Com cada frase,
E que o inicio de um parágrafo,
Seja o nascimento de um suspiro,
De um gemido entre dentes,
Afogado,
Oculto de todos e a todos.

Gosto de sentir o teu coração,
Que se acelera sem conta dares,
Que o rubor manche
De vermelho as tuas bochechas,
E que nas tuas veias,
O sangue comece a bulir,
Que os teus peitos ascendam
E baixem,
Ao ritmo acelerado da tua respiração.

Gosto de ver como notas,
Que os teus mamilos se endurecem
E querem romper o tecido que os tapa,
E ficam marcados,
Pequenos mas torturadores,
Mas ainda não torturados
Pelos teus experientes dedos.

Gosto do aroma que emana o teu corpo,
O elixir perfeito,
Que nenhum perfumista
Poderá igualar,
O perfume que me enlouquece
Quando mo dás,
O que aspiro
Até saturar os meus sentidos.

Gosto que notes como o teu sexo se altera,
E ficas inquieta na cadeira,
Enquanto a acção se desenvolve
Ante os teus olhos,
Dentro de ti,
Sentindo cada carícia,
A cada beijo,
A cada traço desenhado
Pelas minhas torpes letras.

Gosto que sintas os teus lábios humedecidos,
Sedenta de outra saliva
Que não seja a tua,
Faminta de outra carne
Que não seja a dos teus próprios lábios,
Enquanto os teus olhos
Percorrem as linhas
E devoras o meu texto.

Gosto que os teus dedos brinquem,
Por baixo da tua roupa interior,
Molhados de ti,
Julgando ser ela,
Vir-se como ela,
A gemer e a gritar como ela,
A forma como separas os joelhos,
Para que as tuas carícias,
Sejam
Ainda mais profundas,
Para chegar
Onde o meu sexo chega,
Para que a corrente
Entre o texto e o teu tesão,
Seja o curto-circuito dos teus sentidos.

Gosto que o meu ponto final,
Sejas tu,
Com aquele grito louco e afogado
Baixando a tua mão,
Que onde eu acabo, e,
Tu acabas comigo,
Que vivas o que sonho,
Que sonhes o que vivo.

Gosto que me leias…

Beijos
J.