Entre folhas ... Da flor na lua …

A cada noite uma ausência,

Palavras moldadas,

Com a argila da tristeza,

Cúmplice das tuas costas

Ausentes,

De facto o carmim do teu corpo,

Ah, do teu corpo

Tenho saudades,

Feito cristal,

Do cristal dos teu peitos,

Ah, dos teus peitos

Tenho saudades.

Estranhos

E

Extremamente unidos

A este mar de solidões,

E silêncios

Desejos sem retribuições,

Contigo;

O silêncio agudiza-se,

Frágil,

E a flor arrojada

À lua cheia,

A noite em que nos conhecemos,

Amantes do alheio,

A cama estranha,

Sem estranharmos

A nós mesmos,

Nem justificando os nossos actos,

Demos mútua permissão

Para brincar

Com os nossos corpos nus,

E agora,

Em noites de ausência,

Olhamos para a lua,

E as flores que desabrocharam,

Ali,

Onde o canto

Das aves se perde,

Ou se confunde

Com uns gemidos,

Gravados para sempre

No mais profundo

Da nossa sensata

Pele.

Fios de água

Invisíveis nos percorrem,

No mais profundo

Das nossas sensações.

Beijos

J.