Entre folhas ... Origem ...

Arrasto uma íntima dor
Que só eu conheço,
As palavras tornam-se tensas
As noites convertem-se
Em colmeias de aço,
Banham-se os teus silêncios
Iludo o vento, que penetra,
Para além da liberdade
Dos caminhos abertos,
E tento consolar a minha pele,
Das tuas lembranças que nunca foram,
Gravadas na madeira,
Nem na pedra,
Nem em água e nem em fogo.

Viagens ficaram gravadas,
Desprotegidas,
No campo,
Na raiz iluminada
Das tuas pupilas,
Essas que ainda ressoam
Nalguma parte da minha vida.

Como os gritos apagados
Da libélula,
Mortos.
Na nostalgia
Da última nota,
E sem a sua origem.

Beijos
J.