Entre folhas ... Espiral imperativa ...

Descem as minhas mãos nuas
Por entre a tua pele adormecida,
Arrancando-te os sonhos
Roubando-te as paixões…

Entre a tua pele e a minha,
Ainda que seja por uma só vez,
A química compõe-se
De amor para as feridas,
De encontros para solidões,
De olhares partilhados.

Com um fio sem sentido,
Hoje a minha escrita ignora,
O tempo que te atravessa
E nos perdemos juntinhos,
Pelo mar da alegria.

E não nego,
Que o amor não exista
Digo que o amor,
Quando se faz permanente
Morre,
E brota de novo,
Numa tendência inovadora,
A pensar que as minhas mãos
Já não dormem,
E saboreiam o único espaço
Que fica entre nós,
Ou seja, nada
Por imperativo.

Nesse preciso momento
Deixo de ser eu,
E converto-me em ti
Passando pela tua
Espiral
Para voltar ao que sempre
Tenho sido,
Um apaixonado do amor
E da palavra,
E passam as noites,
Vendo transitar os dias,
Por imperativo próprio.
E repito,
Isto não é poesia...

Beijos

J.