Entre folhas ... Madrugada ...

De madrugada,
Luzes ténues,
Ninguém saberá nunca,
A hora exacta,
Talvez nem tu,
Nem eu,
Nem a lua que observava,
O cheiro a rosas junto à almofada,
Olhares cruzados,
Dizem tudo,
Calados,
Uma intuição,
Um beijo ardente,
Baforada,
Mil pensamentos,
A entrecruzaram-se,
Só foi um segundo,
Preciso e certeiro,
Tudo estava em calma,
Menos os desejos.

Ninguém pode culpar,
Quem foi o primeiro
Em tirar a roupa,
Ficarmos nus,
Olhamo-nos devagar,
Pelo corpo inteiro,
Beijar as nossas peles,
Saciar os desejos.
Abraço-te,
Beijo-te,
Acolho-te no meu corpo,
Tens-me,
Tenho-te, beijo-te, tens-me,
Descubro-te inteira,
Vês os meus segredos.

Abatidos e desarmados,
Quiséramos ver-nos,
Cheios de prazer e ternura,
Descansando,
Sobre as horas
Que os teus lábios pousaram
No meu corpo,
E o teu corpo reclamava um olhar,

Pensando no tempo,
Que nossos corpos
Reclamar-se-ão de novo,
Sem darmos conta
Que esse tempo não existe,
Porque o meu corpo
Reclama-te de novo.

Digo o teu nome.

E digo paz.
E sai-me amor,
E amo
Ainda sabendo
Que haverá um amanhecer melhor.

E tu o sabes...

Envolvido entre os teus lençóis
Ignominia dos nomes
Nação do mundo
Amor sem nome.

Caminhamos pouco tempo
O tempo justo,
Para compreender
Que fica muito por dar.
E todo para receber...

Caminhamos...

Beijos

J.