Entre folhas ... Costumes ...

Acostumar-me
À absurda impotência,
De saber que não és minha,
Às horas de impaciência baldias,
A tua forma de querer,
Que não é a melhor.

Acostumar-me
A encostar-me sobre os teus seios nus,
A tocar a tua pele,
Olhar as tuas costas arqueadas,
A guardar silêncio,
Quando tu te calas,
A tua forma de dizer,
O que eu não quero ouvir.

Acostumar-me
A pressagiar como serão as tuas noites,
E as minhas quando estás ausente
No desgarrar dos meus sentimentos,
Quando não te tenho por perto,
Tenho de me acostumar.

Acostumar-me
Distante do mundo,
Respirar serenidade,
Quando não te tenho,
A gritos afogados
Esconder-me na minha alma,
A dizer palavras,
A imaginar os teus lábios,
Sublimes,
A minha saliva entre a tua púbis,
Nos teus mamilos, também,
Acostumar-me em definitivo.

Acostumar-me.
Aflição, esta do domínio alheio
Respeitando as consequências,

E tu passaste por isso...

Sem o conseguires…

Beijos

J.