Entre folhas ... Reflectindo ...

Olho os instantes
Das marcas deixadas
Pelo tempo,
O silêncio nocturno,
O do sangue
Que percorre as minhas veias.

O calor perdido
De um abraço
Entre os teus lábios,
O tempo produzido
O voo da tua saia,
O sexo que imaginei,
A realidade que me desborda,

A imaginação
Que vence os meus jogos,
Não há volta a dar,
Ficaram para trás
Os nossos melhores anos,
Os que têm de chegar
Serão fontes para a minha fogueira,
O pasto do meu lume,

Os meus ossos serão pó,
Ou quem sabe terra,
Ou quiçá seja tão só
Um substantivo,
Mesclado com um advérbio
De tempo,
Um verbo,
Poderia ser um verso,
E deixar cair todos os meus pecados,
No ar,
Ou no mar,
Ou na própria terra,
Pois não há Deus que os julgue.

Apesar das minhas façanhas,
Os meus cabelos raros,
E as minhas lembranças
De um homem de meia-idade,
Considero intactos.

Eu sou, só o deus
Dos meus sucessos,
Ou dos meus fracassos.

Beijos
J.