Entre folhas ... De tanto em tanto ...
Deslocamo-nos pela manhã
Em tardes dispersas,
De tanto em tanto...
De tanto em tanto a necessito
Próxima,
Nua de palavras,
Nua de alma,
Despe a sua pele.
De tanto em tanto,
Refugio-me
No seu corpo,
Nos seus peitos
Ou no seu templo,
De tanto em tanto
Voltamos ao inicio,
Com as pupilas
Nítidas e sem mistérios,
Regressamos com um ou milhentos beijos,
De tanto em tanto,
O desejo é tão puro,
Que a agonia do tempo
Que permanecemos juntos,
Perde-se em orgasmos,
De tanto em tanto,
Brincamos,
A ver quem chega o primeiro,
À cúspide do céu,
E eu sempre,
Fico no inferno,
De tanto em tanto,
Tudo foge,
E regressa de novo,
Com a certeza de sermos amados,
Como nos amamos em sonhos.
De tanto em tanto
Só de tanto em tanto,
Porque assim o queremos.
E volta louca em despir-me,
Seja segunda-feira,
Ou sexta-feira
De Janeiro,
Ou de Dezembro.
Eu sonho a cada dia,
Deixando de tanto em tanto,
Para manhã,
Caminhando,
Do porquê das flores
Murcharem.
A cada dia...
Beijos
J.
Entre folhas ... Enquanto ...
E o meu sangue circular,
Na cumplicidade dos teus argumentos
Sem dissimulações,
Sem indiferenças,
Enquanto o meu coração persista
Em bater ao compasso do teu,
Enquanto afirmas
Que tenho aberto o teu coração
As tuas dúvidas e os teus medos,
Enquanto continuo
Entre os teus braços
Argumentando que o amor,
Não está desfalecido
Avanço com a minha voz
Percorrendo os sons do teu corpo
Agitando as asas em silêncio e
Sinto a vida a ver-me passar,
Enquanto as minhas mãos trémulas
Dêem com o volume dos teus seios
Ou atraem o sabor
Dos teus instintos,
Enquanto me fiquem marcas
No corpo
Das noites ao descoberto,
Pensando,
Que posso chegar a ser teu,
Quando queira e sem recato.
Enquanto uma raiz agarra-se
E outra enrede-se-me pela alma
Sendo da mesma espécie,
E a ausência não me agrave
No cansaço,
Enquanto as tuas mãos
Saibam recolher o sustento do amor,
E as sombras do desejo nos apontem,
Enquanto passa a página de um instante
Ao outro,
Como quando dormes
Na cimeira dos suspiros,
Enquanto saberás que não estou dormindo
Que guardo o primeiro olhar
Dos teus olhos
Na memória de todos os anos,
Desde o primeiro dia,
Que cobicei-te,
Em chamas
Na apetecível sombra do teu corpo.
Sempre vou amando…
Beijos
J.
Entre folhas ... Na noite livre ...
Tenho beijos nos lábios,
E chuva de sentimentos,
Tenho dedos,
Tenho mãos,
Para percorrer devagar
A beleza dos teus contornos
Aconchegar-me no teu peito
E perder-me na tua cintura.
Como cavalo faminto
Cavalgar os teus sentimentos
Em cima da tua cintura,
Alegre e com a tua soltura,
Provocar-nos uns instantes
De vazio,
No que tudo
Fica pleno.
O amor destila,
Agarra-se na destruição
Das horas,
Sonhos com serpentes espreitam,
O tumulto de toda a tristeza vulnerável
Faz-se água,
Estatelando-se
Contra o nada
Não consegue romper os minutos,
Das horas que não foram,
Nem o prelúdio,
Nem a raiz da noite.
E caio no sonho
De que nada sucedeu,
Na realidade do sucedido
Esconde-se a alegria
Das tuas pálpebras
Disfarçadas,
Tive que o aprender,
Talvez tarde,
Realizar com as minhas mãos,
Essa viagem do diálogo
Absurdo,
Que separa os meus sonhos
Dos meus pensamentos tangíveis.
De vez em quando a palavra isenta-se
E deixa livre o espírito,
Do homem que a pronuncia.
Livre.
Beijos
J.
Entre folhas ... Complicada situaçao ...
Pujante e no peito,
Quando se refere que as noites
São um tormento,
A solidão ficou sem argumentos,
A nitidez do seu olhar,
Deixou-se cair na tristeza,
Não chove,
Ainda assim mantém
O rosto molhado pelas lágrimas,
Fala e não se escuta,
Pensa e não se sente.
Só sabe que o destino
Tem brincado com o seu tempo,
Perdeu uma parte da sua vida
Querendo a mesma pessoa.
Faz algum tempo
Que deixou de o amar
Não sabe como lho dizer,
Por isso,
Pede ao seu melhor amigo
Que o expresse por ela.
E o seu melhor amigo,
é seu amante.
Beijos
J.