Pode chamar-me amor,
e apenas amou-me
uns instantes.
Posso chamar-lhe amor?
Sim, ainda a amo…
Amou-me tão intensamente
que ainda recordo os seus suores
à minha frente,
a impotência do meu corpo ante o seu,
o ardor dos seus seios na noite,
o tato dos seus lábios,
a cor das suas auréolas,
o candor dos seus mamilos,
o falar continuo,
murmurando
a paz de umas horas inquietas,
dormir no seu leito,
as chicotadas do meu sexo,
o sangue acumulado,
o abalroar dos sentidos.
Horas que pareceram anos,
nunca passaram,
tão desordenadas na minha mente,
instantes tão intensos e fugazes.
No calor das minhas noites,
eu habito os seus dias.
Sem inteirar-se…
Devo chamar-lhe amor,
ainda a amo,
nas minhas noite vazias…
Beijos
J.