Coleciono luas,
noites de insónia,
orgasmos dormidos
côncavos e convexos
em perfeita sintonia.
Coleciono os limites
dos teus contornos,
ainda que não o
pareça,
pelas minhas veias
corre tinta fermentada,
lírios semeados
a orlas de
mananciais,
tinta fermentada
de horizontes
perdidos
que nunca voltarão,
porque nunca há
um horizonte
repetido,
muda a cor,
o matiz e seus brilhos
como mudam os ventos
repentinos e assírios,
diz-me que estás,
e não voltarei aos
contornos
dos corpos perdidos.
Ufa…
Diz-me que estás, e
destruirei as coleções
de lembranças baldias
e irei;
a um lugar sem volta
na vida dos teus
olhos.
Beijos
J.