Sinto algo como um eco na minha garganta,
Os teus silêncios de infinita alegria aguardam,
nada pode ser como tu,
no tempo, sinto o eco na planície,
ou o eco na montanha.
Nunca tinha conseguido interiorizar-me
num mundo tão rico e tão profundo,
nem posso descrever o que me habita,
se não é desde o eco de tua voz,
é a calidez das tuas palavras na noite,
de tanto simular as possibilidades
o impossível sai derrotado,
burlando o absurdo sonho contigo,
encontro uma realidade próxima
daquela que me habita e que me nomeia,
acende no meu céu labaredas,
e tem-me quando quer.
Na insónia surpreendida que voa
para além das distâncias,
numa trama nítida de lágrimas,
não quero curar-me deste amor por ti,
ainda que te doa a minha dor e não o sintas
guardo os teus instantes,
por dias e meses,
satura-me a ideia analgésica,
de percorrer nestas noites que a dor abunda,
sendo as tuas palavras um bálsamo de amor,
que tudo cura.
Uma insónia que sabe a ti,
à fonte inesgotável do teu amor,
que me dá vida e alimenta.
Ainda que o possa negar….
Beijos
J.