Aturdido por um tempo que não parecesse meu,
abandono-me ao lugar onde o silêncio chora,
em silêncio na tua alcova,
no lugar sagrado
onde os pensamentos voam,
e ao compasso
de um cometa invisível dançam os sonhos,
dançando os meus lábios
ao pensar nos teus beijos.
as madrugadas mornas aqueço-as
com teu alento e saliva fresca de vida,
as noites frias afasto-as
do pensamento
contra as raízes do teu ansiado corpo.
Não existe vertente que no teu ventre
desconheça,
nem me perco nos hemisférios dos teus seios,
o teu corpo é reconhecido nos meus sonhos,
ainda que as estrelas saiam a sentir a noite,
a dançar dois tangos...
entre as tuas nádegas.
ao sentir a noite,
os corpos dançam.
Beijos
J.