Do feminino sabor não inalado
Do tremor de amor que ainda sinto,
De todas as carícias não recebidas,
Da fina pele não acariciada.
Ela que esconde o seu desejo,
Desnuda-se piscando o olho,
Dizendo que aceita estar comigo.
Dói-me essa beleza não possuída,
A imaginação dos seus fluidos,
Querer uma mulher de fogo,
Sem distâncias,
Sentindo-a como nunca a senti.
Cavalgas sobre mim
E comigo,
Os teus peitos ingrávidos e latentes,
Expões o teu belo pedaço,
À função exacta de minha luxúria.
E dói-me a alma,
Hoje mais que nunca
De te querer tanto,
Duas almas separadas
Pelo final da poesia,
Unidas pelo oco da carne,
Túnica humedecida na esperança.
Beijos
J.