Gosto de recordar o teu último olhar,
O passo dos teus dias,
Pelas minhas estadias,
A frase escrita que deixaste
Em cima da almofada,
Olho o carmim de um beijo
Sobre aquela fotografia.
Era verão,
E ainda perdura no inverno,
Ainda que digam que as estações
Estão mudadas,
Algum poro da tua pele,
Que neste tempo todo
Tenha-me reclamado,
E não tenho sentido.
Agrada-me pensar
O que foste para mim,
E não penso,
No que não cheguei a ser,
Porque de tanto em tanto,
Uma melancólica nostalgia,
Apodera-se.
Vibra no meu corpo,
Qual violino rasgado pelo vento,
Apanha ar e respira o novo dia
Deixa para amanhã o sentimento
Quando eu não esteja,
Tu serás,
A cálida paisagem,
Que acompanha-me,
Gosto de te recordar,
Só.
De tanto em tanto.
Só o tempo é que sabe a saudade.
Beijos
J.