Os beijos dos teus lábios,
Sabem-me a pouco,
Tens de os dar a tragos,
Entre grades invisíveis
Rodeada de folhas secas e caducas
Permaneces,
Mornos olhos,
Que ao os ver
Vê-se acomodada na lua
Dos dias que pela tua vida
Passaram felizes,
Os beijos dos teus lábios,
Bebem-se a tragos
Como duende trémulo
No fundo dos meus olhos,
Permaneces
Entre grades invisíveis
Rodeada de antigas primaveras
E solidões secas,
Como quem olha o vazio
Esperando ser enchida de orvalho.
E nunca tenho sido teu,
Por completo.
Beijos
J.