Em cada manhã,
O mesmo assombro,
Sempre novo,
A natural visão
Que é o teu corpo…
Curvas minuciosas,
De ritmo e desejo,
Que imperceptivelmente
Elevas ao mistério…
Desde os meus olhares
Vigio os teus propósitos,
Moves-te como um anjo
Anseias os meus desejos...
Na minha macia muralha
Aprisionado, vejo
O hábito singelo
Que tens no teu corpo…
Revolves a matéria
Em puro movimento,
A cada esboço insinuas
Um ritmo no espelho…
O repetido ar,
Que modelas com os teus gestos,
Cristalino,
Mas em mim é espesso…
Do teu pescoço nu,
Nasce um fundo venerado
Dos teus braços em alto,
O brilho do teu cabelo.
À alva, quando meço
A tua distância,
Não entendo,
O natural costume
Que é para ti o meu corpo.
Beijos
J.