Porque sentimos
O cheiro dos nossos corpos
E nos arranham os sentidos
Do desejo,
Horas convertidas
Em esperas
Porque conhecemos bem
O que queremos…
E as palavras raciocinam
De químicas conjuntadas
Não há dias que passemos
Sem pensarmos,
Sem cheirarmos...
Oblíquos os sentimentos
Enredam-se
Nos nossos lençóis,
Porque há mais,
Uma conjunção de palavras
Olhares entrelaçados,
Olhando um horizonte
Ao alcance das nossas mãos…
Mãos que se deslizam
Entrecruzam-se obliquas,
Pelas nossas nádegas
Procurando o ponto exacto
Onde a realidade
Se confunde com o desejo.
Por quê?
Se conhecemos os danos
A terceiros,
E dói-nos que outras mãos
Percorram os nossos corpos.
Será porque quero-te...
Ainda que não te tenha.
Por quê?
Se desejamos o sabor
Dos nossos corpos.
Beijos
J.