Querendo cheirar o sangue
De algum dos teus ciclos,
Lambendo a ferida
Do circo da vida,
Sentimentos em segundo acto
Traçando piruetas ao destino
Passeando entre as sensatas
Vestindo-me de umbigo
Ao,
Fim se tudo é um teatro.
E sigo ainda,
Beijando esses lábios que cultivo
Ausentes não divinos
Girando entre o esquecimento,
O vivido,
Saboreando o néctar adormecido
De carícias inquietas,
O não merecido final para actores da vida…
No primeiro acto teve andamento
Antes que esse ciclo vital,
Deixasse manchas
Aqui ou mais lá.
É tanto confesso-o,
O que se pode chegar a amar
Que limpo pela ausência
Deixo as minhas armas,
As minhas amantes,
E os meus leitos,
Já me ponho a transitar
A um palmo do meu próprio umbigo
Julgando ser eu,
Pensando em ti,
Cheirando-te,
Lambendo a ferida
Despeço-me,
É cedo para esquecer...
Ao esquecimento.
Ainda tenho que cheirar o sangue dos teus ciclos,
A um palmo do teu umbigo.
Beijos
J.